FONTE: Paula Laboissière - repórter da Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Tecido de mulher que sofreu aborto retido foi
examinado por pesquisadores do Instituto Carlos Chagas, que confirmaram que o
zika vírus atravessa a placenta e chega ao feto.
Cientistas
do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná, confirmaram que o vírus Zika
consegue ultrapassar a placenta durante a gestação. A infecção em mulheres
grávidas é suspeita de provocar um aumento nos casos de microcefalia
registrados no país.
A
análise foi feita a partir de amostras de uma paciente na Região Nordeste que
sofreu um aborto retido (quando o feto para de se desenvolver dentro do útero)
na oitava semana de gravidez, após apresentar sintomas de infecção pelo vírus
Zika.
De
acordo com o instituto, amostras da placenta passaram por exames capazes de
verificar uma infecção por vírus do mesmo gênero do Zika, como dengue,
chikungunya e febre amarela. Os resultados foram positivos e confirmaram a
presença de proteínas virais nas células placentárias.
Em
seguida, amostras do tecido que apresentavam alterações morfológicas foram
retiradas e utilizadas para análise por técnicas moleculares. O exame confirmou
a infecção de células da placenta pelo Zika e também a transmissão placentária.
Uma das
possibilidades levantadas por cientistas da Fiocruz é que o vírus pode estar
usando a capacidade migratória dessas células para alcançar vasos fetais.
“Embora
não possamos relacionar esses achados com os casos de microcefalia e outras
alterações congênitas, esse resultado confirma de modo inequívoco a transmissão
intrauterina do Zika vírus, além de contribuir na aquisição de conhecimento
sobre sua biologia e interação com células do hospedeiro e auxiliar no
delineamento de estratégias antivirais que visem a bloquear o processo de
infecção e/ou transmissão”, explicou a virologista-chefe do Laboratório de
Virologia Molecular do instituto, Cláudia Nunes Duarte dos Santos.
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