FONTE: , Valéria Bretas, (www.msn.com).
Durante
o verão, é comum ouvir casos de pessoas que se depararam com escorpiões
amarelos no jardim, na janela ou na pia da lavanderia.
No entanto, o pequeno animal (que cabe até na palma da mão de uma criança) tem se
reproduzido em uma proporção fora do que é considerado normal.
Segundo Randy Baldresca, biólogo e pesquisador, o
número de bichinhos andando pelas ruas deve aumentar até 70% nos próximos dois
anos.
“Se o acúmulo de lixo permanecer nas ruas, a população
continuar mal informada em como lidar com o animal e o número de edificações
for ampliado, a situação vai se agravar”, diz Baldresca.
E a população já começa a sentir esse efeito. Na cidade
de São Paulo, por exemplo, moradores de um bairro nobre relataram que em apenas uma semana, cerca de cem
escorpiões foram capturados.
No fim do ano passado, o Tityus serrulatus (seu nome científico), também foi
responsável por desclassificar uma estudante de Campinas (SP) no vestibular da Fuvest, prova que dá acesso à Universidade de São Paulo (USP). Pouco antes de iniciar o exame, ela passou mal e teve
que deixar o local.
Casos como estes figuram numa série de relatos
notificados desde o início deste ano. Consultada por EXAME.com, uma empresa
especializada no controle de pragas informou que só nas duas primeiras semanas
de 2016, mais de 60 infestações de escorpiões foram controladas pelos biólogos
da equipe da Grande São Paulo.
Só para se ter ideia da gravidade, a empresa registra
cerca de 80 casos de infestação no período de um ano.
O Ministério da Saúde estimou a quantidade de acidentes
por escorpiões em 2015. E o número assusta: aproximadamente 74,5 mil pessoas
picadas em todo o Brasil – um aumento superior a 24% no período de quatro
anos.
Vale ressaltar que a picada do escorpião amarelo pode
matar. O governo do Estado de São Paulo informou que, no ano passado, cinco
óbitos foram notificados.
Adaptabilidade e reprodução.
“Esse animal é completamente adaptável ao ambiente
urbano. Ele consegue se instalar em uma residência por até um ano sem precisar
se alimentar”, diz Baldresca. “E os inseticidas usados para combater insetos
não funcionam para controlar escorpiões”.
O biólogo explica que o escorpião amarelo se reproduz até
duas vezes ao ano. Porém, quando esse animal sofre um stress (como quando
jogamos veneno ou o cutucamos), ele entra em um processo de reprodução assexuada.
“Ou seja, quando provocado, ele se autoreproduz fora de
época e libera de 20 a 30 filhotes no ambiente”, explica.
Prevenção.
Se tratando da terceira espécie de escorpião mais
perigosa do mundo, é preciso saber como se prevenir. As principais vítimas, e
as que correm o maior risco, são as crianças de até 12 anos e os idosos.
Sendo assim, o biólogo recomenda que os jovens utilizem
calçados nos jardins e que o ambiente de casa esteja sempre limpo e livre de
sujeira.
“Evite deixar louça na pia da cozinha, retire o lixo do
banheiro antes que ele acumule e tampe todos os ralos e pias”, diz. “Assim,
você diminui a presença de baratas, que é a principal fonte de alimentação dos
escorpiões e grande responsável por seu aparecimento nas residências”.
Como reagir.
É importante lembrar que quanto mais próximo um local for
de um cemitério, terreno baldio, trem ou riacho, maior é o risco de presença
desse aracnídeo.
Como o veneno não ajuda e não mata o bicho, o recomendado
é que ao se deparar com um, seja feita uma ação mecânica que mate o animal. Na
prática, a pessoa deve usar uma faca ou algum objeto que esmague ou corte o
escorpião ao meio.
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