FONTE: Yannik D´Elboux, Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro, (mulher.uol.com.br).
Apesar de frequente na menopausa, a falta de lubrificação –resposta do
corpo feminino à excitação sexual e aspecto fundamental para que a penetração
aconteça de forma prazerosa—pode afetar mulheres de qualquer idade. O problema
pode ser motivado tanto por questões fisiológicas quanto psíquicas.
Mesmo sendo fácil de resolver o incômodo, com o uso de lubrificantes à
base de água, é fundamental para uma vida sexual saudável tentar descobrir a
causa da dificuldade.
"Muitas vezes, o estímulo sexual não é adequado. A penetração deve
ser o último processo", diz a ginecologista Fabiene Vale, coordenadora do
Ambulatório de Sexologia do Hospital das Clínicas de Minas Gerais.
A intensidade da lubrificação está associada à excitação, mas também
existem diferenças individuais que devem ser consideradas.
"Cada mulher possui características próprias, algumas não têm muita
lubrificação, enquanto outras molham a cama", afirma Maria Claudia
Lordello, psicóloga e sexóloga do Projeto Afrodite do Ambulatório de
Sexualidade Feminina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Veja a seguir os seis fatores mais comuns que costumam afetar a
lubrificação.
1 - Menopausa fisiológica e cirúrgica
A menopausa é o problema que mais afeta a lubrificação das mulheres
acima dos 40 anos que já entraram nesse período. Tanto a menopausa fisiológica,
que ocorre naturalmente, quanto a cirúrgica, em decorrência da retirada dos
ovários, causa a diminuição dos hormônios femininos, sobretudo o estrogênio,
relacionado à boa lubrificação. ?A terapia hormonal oral e local ajuda muito as
mulheres nessa fase?, diz a ginecologista Fabiene Vale.
2 - Falta de excitação suficiente.
Na maioria dos casos, a lubrificação está diretamente ligada ao grau de
excitação. Se a mulher não estiver no clima, provavelmente o corpo demorará
mais a responder aos estímulos. ?A quantidade de lubrificação vaginal nas
mulheres jovens vai depender da intensidade do desejo no momento da atividade
sexual?, diz o médico e sexólogo Carlos Scheidemantel.
3 - Medicamentos e anticoncepcionais.
Alguns medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos, interferem na
libido e, consequentemente, no processo de lubrificação. Contudo, os
anticoncepcionais são os que mais costumam prejudicar essa etapa, por inibir a
produção dos hormônios femininos na quantidade ideal. O recomendado, nesse
caso, é procurar o ginecologista para encontrar o anticoncepcional mais
adequado para cada mulher, possibilitando níveis satisfatórios de estrogênio.
4 - Doenças ginecológicas e outras.
Corrimentos e infecções no sistema genital também influenciam a
ocorrência adequada dos fluidos vaginais. Além dos problemas ginecológicos,
outras doenças podem ter impacto na lubrificação, como hipotireoidismo e
anemias, já que são capazes de interferir no nível de desejo. ?Diabetes e
doenças reumatológicas também dificultam a excitação genital?, fala Fabiene
Vale.
5 - Estímulo inadequado.
Mesmo que exista o desejo na cabeça, a excitação precisa passar para o
corpo. Contudo, por problemas na interação com o parceiro, existência de tabus
ou por falta de conhecimento da própria anatomia, muitas vezes, o estímulo
sexual não acontece da melhor forma possível. ?As pesquisas mostraram que a
partir de 30 segundos de uma estimulação adequada, em uma mulher sadia, a
vagina já começa a se lubrificar internamente?, declara o médico e sexólogo
Carlos Scheidemantel.
6 - Ansiedade e querer agradar.
Para deixar a excitação fluir livremente, a mulher precisa estar
relaxada. Entretanto, principalmente nos primeiros encontros, a ansiedade
provoca tensão e impede o envolvimento com as ações do momento. ?Às vezes, as
mulheres pensam demais, querem controlar seus atos e agradar muito em vez de se
concentrarem em sentir?, afirma a psicóloga e sexóloga do Projeto Afrodite. A
dica de Maria Claudia é que as mulheres se entreguem aos toques e também
busquem se autoconhecer para aumentar o prazer e, naturalmente, a lubrificação.
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