FONTE: Erisson Rosati, especial para o iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Cansaço, rotina e falta de tempo estão entre as
principais queixas. Veja os principais fatores que esfriam a relação e aprenda
a driblá-los para retomar a vida sexual.
Como o
sexo, que era tão bom no começo, tornou-se quase uma obrigação? Responsável por
nossos desejos, a libido é considerada uma força essencial para a sobrevivência
e que dá sentido à existência humana. Mas, o que fazer quando ela dá sinais de
fraqueza?
“Libido, de uma maneira geral, é o desejo sexual com base
no mais profundo das nossas crenças. Como as nossas crenças se modificam com o
tempo, nosso desejo por determinado tipo de pessoa também pode se alterar”,
explica o psicanalista Cristian Boragan, acrescentando que essa força sexual é
importante para que um relacionamento dê certo, mas está mais ligada a fatores
culturais do que fisiológicos.
“No Brasil e países latinos, em geral, valorizamos muito a
energia sexual dentro de uma relação amorosa. Em nossa cultura, um casamento só
é bem sucedido se há intensa e frequente vida sexual. Em outras culturas, o
sexo não é tão importante.”
Há uma série de questões que podem afetar a libido. A vida
sexual é afetada por fatores emocionais, psicológicos e físicos. Porém, uma vez
que as disfunções são devidamente tratadas, pequenos investimentos também podem
ajudar, desde que o casal tenha um bom vínculo e a relação esteja viva de fato.
Para a psicóloga Tatiana Patti é preciso ainda entender que
as pessoas têm ritmos sexuais diferentes e que nem sempre é possível ter uma
vida sexual como a dos filmes.
“Cada um tem seu ritmo. Há os que gostam muito de sexo e
têm muita disposição física para a prática e há pessoas que gostam pouco. Isso
varia, mas não quer dizer que por gostar menos exista algum distúrbio”, diz
Tatiana.
Decidir o momento de buscar ajuda e de investir mais na
vida sexual deve ser uma tarefa cotidiana. O problema é que muitos casais se
sentem cobrados pela chamada “ditadura da felicidade”, na qual existe a
obrigação de que a relação seja perfeita.
“Há quem acredite que toda a relação sexual deva ter algo
de modificador da existência, não aceitando que temos dias bons e maus,
inclusive no sexo. É claro que o passar do tempo reduzirá o encanto inicial.
Algumas pessoas não aceitam isso e acabam vendo problema de libido onde não
existe. O desejo apenas se acomodou com o tempo, não desapareceu”, diz
Cristian.
Os especialistas concordam que conversar é o melhor caminho
para resgatar e manter a libido em alta. Conhecer os desejos, anseios, medos e
vontades do parceiro são uma poderosa ferramenta para encontrar o equilíbrio
sexual. Quanto maior a intimidade e o grau de confiança de um no outro, melhores
serão as relações.
Veja a seguir uma lista com alguns fatores que podem abalar o
desejao sexual e dicas de como driblar cada um deles:
1 – Falta de tempo.
Essa é a queixa número 1 apontada pelos especialistas para
que o sexo comece a esfriar. Os casais acabam tão envolvidos na rotina que se
esquecem da importância da intimidade. É fundamental separar um tempo para
dedicar ao prazer sexual.
A melhor forma é reservar um dia da semana para deitar mais
cedo e compartilhar da cama. Ou mesmo criar situações como uma viagem ou uma
ida ao motel, sem pressa e sem hora para acordar no dia seguinte.
2 – Cansaço.
Eis outro grande vilão dos relacionamentos. Se ele está cansado,
que tal preparar um banho relaxante? Seguido de uma vigorosa massagem com
queijos e vinhos, é certeza que ele se sentirá mais animado.
O mesmo vale para você. Se está no clima, mande um torpedo
avisando que está indo para casa mais cedo, tomar um banho e esperar por ele
prontinha para uma noite deliciosa!
3 – Depressão.
Por ser silenciosa e, muitas vezes, mal compreendida, a
depressão pode minar o desejo sexual. O fato é que a sensação de tristeza,
apatia e falta de perspectiva pode ir se instalando vagarosamente em um dos
dois e levar o sexo para o buraco.
Todos estão suscetíveis à depressão, que pede
acompanhamento especializado de um profissional. Tente identificar se o que faz
você (ou ele) não procurar por sexo é o desânimo ou a sensação de que falta
vontade. Se a resposta for sim, é bom procurar ajuda.
4 – Ressentimentos.
Brigas, rompimentos, traições podem acabar com o desejo. A
receita aqui é simples: entender o que está aborrecendo e lidar com isso. Se
quer continuar na relação, é importante conversar e resolver a situação.
Mulheres costumam ter mais dificuldade em perdoar questões
emocionais do que os homens. Se optar por seguir adiante, é preciso deixar o
passado de lado, afinal, ele escolheu estar ali com você.
5 – Falta de vigor.
Aqui o problema não é o cansaço, mas sim a falta de preparo
físico. Pode parecer estranho, mas muitos casais que já passaram dos 40 relatam
que manter relações sexuais é mais cansativo que praticar exercícios físicos.
Se você sente cãibras, dores nas costas, taquicardia ou
dificuldade de respirar durante o sexo é hora de procurar um médico e fazer um
check-up. É possível que com alguns alongamentos simples e caminhadas diárias
você melhore a performance na cama.
6 – Disfunções sexuais.
Há várias delas, como a disfunção erétil, para os homens,
ou o vaginismo, para as mulheres. A questão é que qualquer problema sexual
precisa ser corretamente tratado, já que muitos causam profundo desconforto
físico e psicológico.
Converse com o parceiro sobre o problema e trate a questão
com naturalidade. Exercícios simples como estimulação controlada e o uso de
géis apropriados podem ajudar muito a melhorar o quadro.
Exercícios que incluam estimulação, podem até tornar-se um
bom começo para ótimas transas. Quanto mais intimidade o casal desenvolver,
menor a chance de o problema influenciar na vida sexual.
7 – Doenças.
Há uma infinidade de doenças que podem afetar o sexo. Obesidade,
hipertensão, cardiopatias, diabetes, entre outras. Sem falar naquelas que
afetam diretamente os órgãos genitais ou o aparelho reprodutor.
Até mesmo uma gripe ou dor de estômago podem alterar a
libido. Nestes casos, um pouco de paciência e procurar por atendimento médico
faz toda a diferença. Não há o que fazer!
8 – Gravidez.
Acredite, gravidez não é um problema para a maior parte dos
homens. No entanto, muitas mulheres não se sentem atraentes ou ainda têm medo
de ferir o bebê.
O sexo durante a gravidez é saudável e altamente
recomendado. Se você está insegura com seu corpo, que tal sugerir o sexo com
meia luz?
Uma opção é usar uma camisola curta, mais larga, e ficar de
costas para ele, assim, a sensação de “barrigão” não é tão evidente. Ou ainda
você pode pedir que ele use uma venda, fazendo um excitante joguinho de
pega-pega.
9 – Filhos.
Ter filhos não deve ser um impedimento para fazer sexo.
“Vida sexual é para ser discutida e pensada, não deixe para fazer sexo apenas
no intervalo de sono das crianças, morrendo de medo que elas acordem, faça
acontecer!”, orienta Cristian.
Que tal deixar as crianças na casa dos avós no sábado de
tarde e ir para um motel? Ou ainda, usar aquele tempinho extra antes de passar
na escolinha para um sexo rápido?
Lembre-se de que o casal deve ter a intimidade preservada,
assim como as crianças precisam ter o próprio espaço na hora de dormir. Sendo
assim, nada de crianças dormindo na cama dos pais.
10 – Discussões.
Brigas existem em todas as relações, o problema é quando
elas se tornam corriqueiras e são mal-resolvidas. Há casais que discutem muito,
mas logo deixam as diferenças de lado.
Há aqueles que até usam a discussão como um combustível
para a relação. De qualquer maneira o fundamental é não deixar que as brigas
afastem os dois.
“Não deixe as questões se acumularem. Se algum
comportamento está lhe chateando, pontue e converse sobre isso com o parceiro.
Se as coisas esquentarem demais, dê um tempo e volte a conversar sobre o
assunto assim que possível, de maneira calma e assertiva. Deixar pá lá nunca é
uma boa escolha”, aconselha Cristian.
Pessoas que já experimentaram o sexo de uma forma negativa
terão mais dificuldades para se soltar, confiar no outro e, portanto, podem
passar a impressão de não estarem interessadas em sexo.
A dica aqui é conversar com o parceiro e, principalmente,
respeitar os limites dele. Se ele precisa de um tempo sozinho para se excitar,
tudo bem. Se ele prefere fazer sexo no escuro, ok. Vá oferecendo alternativas
aos poucos e assim ganhando assim a confiança dele.
12 – Rotina.
Considerada uma das grandes vilãs da apatia sexual, a
rotina não é de todo ruim. É natural que, com o tempo, a relação caia na
rotina.
“Ao contrário do que falam, não vejo a rotina como vilão.
Rotina é necessária para uma vida saudável, basta incluir momentos de descanso
e prazer ao lado do parceiro. Feito isso, certamente surgirão momentos
românticos e sensuais para os dois, se o casal estiver bem”, aponta Tatiana.
“Afinal, nenhum casal ficará o tempo todo criando estratégias para que o sexo
saia da rotina, isso é inviável.”
13 – Fantasia x realidade.
É importante salientar que, com o tempo, o casal cria
intimidade e, logicamente, o sexo com a mesma pessoa deixa de ser novidade e
pode parecer desinteressante.
Aí é que entra a capacidade de criar maneiras de manter a
excitação em alta. Homens são visuais, então invista em uma boa produção para
agradá-lo.
Que tal transar em um lugar inusitado, como em um elevador
ou na escada de incêndio do prédio? Use e abuse de roupas, brinquedos e
fantasias, sem medo. Desde que agrade aos dois, permita-se.
Nenhum comentário:
Postar um comentário