Yulia Stepanova, a principal delatora do escândalo de doping
da Rússia que quase levou o país a ser completamente excluído dos Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro, ficará de fora da competição após a corredora ter
sido descartada por causa de seu passado envolvendo doping, em uma decisão
considerada polêmica.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) convidou a
corredora de meia-distância e seu marido a presenciarem os Jogos no mês que vem
como convidados, mas negou a ela um lugar como competidora nos Jogos do Rio,
argumentando que seu passado manchado por doping a tornou inelegível.
Stepanova, que forneceu provas sobre o esquema de doping
em uma série de documentários da emissora alemã ARD, deixou a Rússia e agora
vive escondida em um local não revelado na América do Norte, temendo por sua
segurança.
Ela foi liberada para competir no Rio como uma atleta
neutra pela Associação Internacional de Federações Atléticas e recebeu elogios
por revelar um dos maiores escândalos de doping em décadas.
No entanto, o COI decidiu, no domingo, que qualquer
atleta russo com passado de doping, incluindo Stepanova, não teria permissão de
competir no Rio.
“A junta executiva aprecia o fato de ela ter se
manifestado e ela e seu marido, que também teve um papel importante, estão
sendo chamados para os Jogos Olímpicos como convidados do COI”, disse o
presidente da entidade, Thomas Bach.
Infelizmente, ela não pode competir devido a seu
histórico de doping, acrescentou Bach.
A decisão é polêmica, considerando que parte da Carta
Olímpica que proíbe atletas sancionados de participarem de jogos futuros,
conhecida como “Regra de Osaka”, foi derrubada pela Corte de Arbitragem
Esportiva em 2011.
Ao tomar a decisão, a corte argumentou que não poderia
haver punição dobrada para atletas já sancionados. Essa decisão vai permitir
que muitos violadores de regra do passado de todo o mundo, incluindo atletas de
elite dos EUA, participem dos Jogos no Rio.
Embora haverá mais discussões sobre o veredicto do COI
nas próximas semanas, é improvável que muitos russos levem seu caso para a
corte de arbitragem faltando apenas 10 dias para a abertura dos Jogos, em 5 de
agosto.
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