O cirurgião
bariátrico Erivaldo Alves lembra que 80% da obesidade está associada ao fator
genético e apenas 20% a outros fatores.
Estar acima do peso pode reduzir a expectativa de vida em
um ano. Nos casos onde há obesidade média ou severa, essa perda pode variar de
três a dez anos. Isso foi o que mostrou uma pesquisa da Universidade de
Cambridge, no Reino Unido, publicada na revista inglesa The Lancet. O estudo
mostrou que o risco de morte em homens, antes dos 70 anos, aumentou de 19% em
indivíduos com peso normal, para 29,5% nos moderadamente obesos. No sexo
feminino, a relação de aumento é de 11% para 14,6%.
De acordo com a endocrinologista Aline Garcia Melo, do
Hapvida, a tendência é que a obesidade continue a crescer nos próximos anos.
Atualmente, o Brasil é o quinto país do mundo em obesidade. “De cada quatro
brasileiros, um é obeso e isso não se deve apenas à alimentação, mas a
fatores que, quando juntos, tornam o problema uma epidemia, um verdadeiro
caso de saúde pública”, esclarece.
O cirurgião bariátrico e diretor médico Erivaldo
Alves lembra que 80% da obesidade está associada ao fator genético e apenas 20%
aos fatores ambientais e, entre eles, a alimentação. “Mais que um problema por
si só, a obesidade está associada a mais 20 outras doenças, a exemplo das
cardíacas, a infertilidade, a gordura no fígado, cânceres, acidente vascular
cerebral, incontinência urinária, depressão entre outros”, pontua o
médico.
Mal moderno.
O educador físico Humberto Santos, da Marcial Fitness, destaca que a obesidade se tornou uma epidemia mundial em virtude da mudança de padrão de vida da sociedade. “As pessoas deixaram de ser responsáveis por buscar o próprio alimento para ser sedentárias e some-se a isso uma maior oferta de alimentos industrializados e menor gasto calórico nas atividades diárias com o uso de carro, elevador, controle remoto”, explica.
O educador físico Humberto Santos, da Marcial Fitness, destaca que a obesidade se tornou uma epidemia mundial em virtude da mudança de padrão de vida da sociedade. “As pessoas deixaram de ser responsáveis por buscar o próprio alimento para ser sedentárias e some-se a isso uma maior oferta de alimentos industrializados e menor gasto calórico nas atividades diárias com o uso de carro, elevador, controle remoto”, explica.
Completando as informações, a nutricionista Camila
Berbert ressalta que apesar da evolução humana, a informação genética de
poupar energia se manteve. “O estresse e a ansiedade constante aos inúmeros
problemas do dia a dia também favorecem o ganho de peso devido à produção
elevada de cortisol, um hormônio responsável pelo controle do estresse
metabólico, níveis de açúcar e pressão sanguínea do nosso corpo”, pontua a
nutricionista, destacando que o excesso crônico de cortisol favorece o aumento
dos níveis de açúcar no sangue, elevação dos batimentos cardíacos, enfraquece o
sistema imunológico e principalmente aumenta a deposição de gordura no corpo e
na região abdominal.
A nutricionista faz questão de lembrar que o peso
corporal de forma isolada não deve ser parâmetro para avaliar se estar
engordando ou emagrecendo. “Uma balança comum não consegue distinguir gordura,
músculo, ossos ou água. É necessário qualificar a composição corporal através
de uma consulta com nutricionista, para diagnosticar o estado nutricional
daquele indivíduo, através de resultados de quantidade de massa muscular e
massa gordurosa, por exemplo”, diz, afinal as pessoas poderão reduzir a massa
gordurosa e aumentar a massa muscular, após intervenções com dieta e atividade
física, sem apresentar grandes alterações quantitativas no peso, porém mudando
sua conformação corporal.
Para Humberto, a população ainda não percebeu que o
alimento bom é aquele menos industrializado possível. “O marketing da indústria
de fast food e alimentos processados é muito forte. Mesmo os lights e
diets contêm substâncias nocivas ao organismo e são vendidos como produtos
saudáveis e a informação passada por alguns profissionais, às vezes, são dadas
de uma maneira equivocada, fazendo a população acreditar que esses lights,
diets, ‘verdes’, fazem bem para a saúde”, diz. Com uma postura parecida, Camila
Berbet diz que não será possível reduzir a prevalência da obesidade enquanto o
apelo do interesse comercial for baseado em produtos alimentícios e não em
comida de verdade, que vem da natureza e traz inúmeros benefícios à saúde.
Justamente por ser uma doença multifatorial, enfrentar a
obesidade não é uma tarefa fácil. De acordo com a endocrinologista Aline Garcia
não existe fórmulas milagrosas e a estratégia mais definitiva e que garante
resultados duradouros é a mais trabalhosa: aliar escolhas saudáveis na hora da
alimentação e realizar atividade física. “O processo de emagrecimento
exige uma questão muito subjetiva que é a motivação, além da consciência que a
mudança de comportamento precisa ser definitiva, do contrário, a pessoa
reganhará o peso”, diz.
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