FONTE: Matheus Fortes, TRIBUNA DA BAHIA.
Uma boa noite de sono é imprescindível, mas não só
para o descanso e a recomposição das energias do corpo.
Uma boa
noite de sono é imprescindível, mas não só para o descanso e a recomposição das
energias do corpo. Horas de repouso diário insuficientes contribuem para uma
série de malefícios à saúde e, uma delas é motivo de preocupação
especial, principalmente se a pessoa já costuma ter brigas com a balança. Em
outras palavras, o sono irregular pode contribuir para o ganho de peso.
Segundo
o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervical-Facial (ABORL-CCF), Edilson
Zancanella, sendo o sono dividido em ciclos, o pouco tempo de repouso
influencia diretamente na duração dessas mesmas fases. Uma destas etapas, a
fase REM, está ligada diretamente às liberações hormonais, e são estes que
influenciarão tanto na vontade de comer, quanto na saciedade.
Com a
pouca quantidade de sono, ocorre um desequilíbrio na produção de substâncias
como a grelina (que tem como função principal induzir o apetite ao indivíduo),
e da leptina (responsável pela sensação de saciedade), o que faz com que o a
pessoa, após uma noite mal-dormida, não hesite em comer mais do que o
necessário, para finalmente sentir-se satisfeito. O resultado disso, quando a
pessoa já não tem uma alimentação balanceada, e consumindo carboidratos em
excesso, é o ganho de peso.
O sono,
segundo explica Zancanella, é uma sequência de fases divididas entre a
superficial, profunda, REM, e não-REM (sigla em inglês para “movimento rápido
dos olhos”, que é pico da atividade cerebral, e quando ocorrem os sonhos). Cada
fase tem, em média, 70 minutos, mas, quando a pessoa dorme menos do que o
necessário para recompor o organismo, é natural que essas fases também tenham
menor tempo, ou, sequer ocorram – e é nesta fase onde ocorrem os
desequilíbrios.
Para
que todas as fases sejam cumpridas de forma efetiva, é preciso que a pessoa “se
deixe dormir”. “Isso tem sido cada vez mais difícil, principalmente porque, de
uma forma geral, a população mundial tem passado a dormir menos, seja pelo
excesso de atividades, ocupações, seja pelo uso excessivo das novas tecnologias
onde elas podem interagir com o meio digital, de modo que a homeostase do
organismo fica comprometida”, avalia o especialista. Sono necessita de
quantidade e qualidade, aponta especialista.
A
quantidade de sono varia de acordo com a faixa etária do indivíduo. No caso das
crianças, por exemplo, essa quantidade chega perto de 9 horas diárias. Já em
relação a um adolescente, está entre 8h e 9h, enquanto que um adulto jovem,
precisa de 7h e 9h de descanso para a recomposição plena. À medida que a pessoa
vai envelhecendo, a quantidade de horas necessárias para recomposição das
energias vai diminuindo.
Porém,
tão necessário quanto uma quantidade de horas mínimas para a recomposição, o
sono precisa ter qualidade. Segundo o coordenador do Departamento de Medicina
do Sono, doenças provenientes deste período de descanso, a exemplo da apneia,
contribuem para um sono irregular, e interferem na fase de manutenção do
organismo neste período.
E mesmo
que a pessoa tenha descansos regulares, o especialista alerta: o sono é apenas
um dos fatores que podem influenciar no ganho de peso. Por isso, além de
administrar seu tempo de repouso, cabe a pessoa ter uma alimentação saudável, e
fazer atividades físicas regularmente para manter a forma.
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