FONTE: Regina Navarro Lins (reginanavarro.blogosfera.uol.com.br).
Comentando o “Se eu fosse você”.
A questão da semana é o caso da internauta que que tem um
namorado há oito meses e está com vontade de fazer sexo a três com ele e mais
uma mulher. Mas ela teme que tenha muito mais tesão pela outra e ela seja
preterida durante o sexo.
Sexo a três é o primeiro passo para além do
erotismo entre o casal. A terceira pessoa afasta algumas certezas alimentadas
durante muito tempo: a de que sexo só é bom com o parceiro amoroso, de que sexo
é só entre duas pessoas.
Não são poucos os homens que o fato de trazer
mais uma mulher para a cama de sua parceira pode ser o sonho máximo, mas
normalmente é impensável que ele receba outro homem, que além de dar prazer à
sua mulher pode buscar prazer com ele também. A bissexualidade ainda é um
fantasma para a maioria dos homens, mas é menos amedrontador para as mulheres.
Alguns defendem a total falta de compromisso
entre quem participa do sexo a três, com apenas o desejo sexual conduzindo as
ações. Outros, ao contrário, só veem validade nessa experiência se houver
envolvimento.
Há os que argumentam que o sexo a três é o
relacionamento perfeito. Muitos gostariam, mas acham que os parceiros jamais
admitiriam. E há também os que só o praticam fora de casa, lamentando ter que
recorrer a uma relação extraconjugal.
O desejo tão frequente de uma terceira pessoa
tendo relação com o casal heterossexual é fato contemporâneo, pós revolução
sexual, pós cinema erótico. A simples realidade de uma terceira pessoa já
produz um clima erótico impensável em outros tempos.
Tanto é assim que já atendi um casal, casado há
40 anos, que não tem coragem de convidar mais uma pessoa para a cama deles.
Entretanto, o terceiro elemento, no caso uma prostituta, está presente apenas
por via telefônica, mas a sua voz, durante a relação sexual deles, basta para
mudar tudo.
Penso que da mesma forma como ocorre com qualquer
outra prática sexual, o sexo a três só tem sentido se as pessoas envolvidas o
desejarem e estiverem tranquilas quanto à decisão tomada.
Em hipótese alguma deve ser praticado para
agradar o outro ou para corresponder a expectativas que não estejam diretamente
ligadas ao prazer sexual. Caso contrário, podem surgir mágoas e ressentimentos.
O preço para a relação pode ser tão alto, a ponto de inviabilizá-la.
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