Seja com lâmina, cera
ou à laser, depilar os pelos pubianos é algo incômodo. Mesmo assim, o número de
homens e mulheres aderindo à prática não para de crescer em todo o mundo.
Segundo várias
pesquisas sobre o tema, uma das principais razões apontadas pelos adeptos é a
estética, mas não a única.
Um estudo publicado
neste mês pela revista Dermatology, da Associação Americana de
Medicina (AMA, na sigla em inglês), entrevistou 3.316 mulheres nos Estados
Unidos e perguntou por que elas removiam os pelos da região íntima.
A resposta de 59% foi
"por higiene".
De acordo com o
estudo, 62% das entrevistadas afirmaram que removeram todos os pelos pubianos
pelo menos uma vez na vida, e 84% disseram que já tinham usado algum tipo de
depilação.
Um percentual muito
menor contou que adotava esse tipo de depilação para agradar o parceiro ou para
se sentir mais "sexy" (por volta de 20%).
Melhor para a saúde?
Ao contrário do que
muitas das pesquisadas acreditam, os principais estudos já feitos sobre
o tema não comprovaram a existência de benefícios significativos da depilação
total dos pelos pubianos, a não ser reduzir a probabilidade de contrair piolhos
nesta área do corpo.
As mesmas pesquisas
destacam o contrário: há riscos para aqueles que escolhem retirar todos os
pelos da área genital.
"Os médicos não
acreditam que (depilar os pelos pubianos) traga benefícios para a saúde",
afirmou à BBC a médica Luisa Dillner, que publicou na semana passada um artigo
chamado "É mais higiênico depilar o pelo púbico?" no jornal britânico
The Guardian.
"(A depilação)
Faz com que a presença de piolhos seja menos provável. Mas aumenta o risco de
infecções devido aos pequenos cortes que acontecem na área do púbis",
disse.
Em seu artigo,
Dillner esclareceu que a depilação total deixa o púbis sem defesas.
"Seu púbis é um
assunto seu. Mas o pelo pubiano está aí por uma razão: para proteger seus
genitais da fricção e de infecções. É mais higiênico não raspar."
Os riscos.
Um dos estudos que
analisou os riscos da depilação do púbis foi realizado pela professora da
Universidade do Texas Andrea L. DeMaria e outros colegas.
A pesquisa foi feita
há dois anos e entrevistou 333 mulheres americanas que admitiram ter depilado
os pelos pubianos em algum momento da vida.
O resultado foi publicado
na revista American Journal of Obstetrics and Gynecology, publicação
americana especializada em ginecologia e obstetrícia.
De acordo com o
estudo, 60% dessas mulheres teve pelo menos um problema de saúde devido à
depilação íntima - os mais comuns eram ferimentos na pele e pelos encravados.
Apenas 4% delas
procurou um médico ou falou do problema com seu ginecologista, algo que,
segundo DeMaria, é importante.
A professora não
opinou contra nem favor da depilação dos pelos pubianos, mas advertiu que é importante
que as pessoas saibam os riscos dos procedimentos e tentem minimizá-los.
"Os cortes ou
folículos abertos em uma zona úmida aumentam a possibilidade de infecções por
bactérias ou vírus, incluindo um risco maior de contrair herpes ou outras
doenças sexualmente transmitidas."
"As pessoas não
percebem que retirar os pelos da área íntima não é o mesmo que tirar os pelos
de outras áreas do corpo", disse a DeMaria à BBC.
Cuidados.
Outro estudo
publicado por especialistas da Universidade George College & State
University, dos Estados Unidos, entrevistou 1.110 estudantes há dois anos e
concluiu que a prática é comum entre homens e mulheres: 95% dos pesquisados
disseram ter depilado o púbis no mês anterior.
Além disso, cerca de
80% relataram ter sentido coceira depois do procedimento.
Para quem quiser
continuar depilando os pelos pubianos, há alguns cuidados básicos.
O primeiro deles é
fazer isso depois de tomar um banho, quando os folículos estão mais suavizados.
Para quem vai raspar,
as dicas essenciais são nunca compartilhar lâminas, usar sempre sabão ou gel
sem perfume e raspar na direção do pelo, nunca contra, justamente para evitar a
abrasão da pele.
E muito importante:
falar com o médico se notar o aparecimento de algum problema na pele ou se
tiver alguma dúvida.


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