Muita
gente diz que deve ter algum distúrbio porque sente muito sono e cansaço
durante o dia mesmo dormindo bem a noite. Isso não passa de uma brincadeira na
maioria dos casos, mas existe um raro quadro neurológico que faz com que
algumas pessoas passem a maior parte de seus dias dormindo.
Síndrome Kleine-Levin
Este
é o caso da britânica Beth Goodier, que foi diagnosticada com a Síndrome
Kleine-Levin (ou Síndrome
da Bela Adormecida) aos 17 anos de idade.
De acordo com o site
britânico Daily Mail, tudo começou
quando ela pegou no sono no sofá de sua casa em novembro de 2011 e dormiu por
incríveis seis meses.
Atualmente,
ela está com 22 anos e já deveria ter terminado a faculdade de Psicologia, mas
dorme 22 horas por dia e não consegue sair de casa. Durante o pouco tempo que
fica acordada, ela apenas come e usa o banheiro.
A
mãe de Beth, Janine, estima que nos últimos cinco anos sua filha dormiu 75% do
tempo. Apesar desta síndrome ser rara, ela afeta mais de 100 jovens só na
Grã-Bretanha.
Infelizmente,
pouco se sabe sobre o que pode desencadear este distúrbio. Por isso, ainda
não foi descoberta nenhuma forma de tratá-lo.
O
que já se sabe é que as pessoas mais afetadas são adolescentes com, em média,
16 anos de idade e que o sono em excesso permanece por cerca de 13 anos.
Neste
momento, Beth está há dois meses e meio sem conseguir permanecer completamente
acordada, o que é chamado de mais um episódio de sono profundo, e nada é capaz
de acordá-la.
Nas
raras ocasiões em que sai de casa para ir ao médico, ela precisa ir de cadeira
de rodas porque se sente cansada demais e não consegue andar.
“Ela
deve acordar amanhã e aí é uma corrida contra o tempo para viver a vida que ela
deveria ter tido. Ela corre, se arrumar para ver os amigos e arrumar o seu
cabelo. Mas ninguém sabe quando ela vai cair no sono de novo”, comenta sua mãe
em entrevista ao Daily Mail.
Descoberta da síndrome.
Quando
o problema se manifestou pela primeira vez há 5 anos, Janine tentou acordá-la,
mas ela só balbuciava algumas palavras como se fosse uma criança.
Assustada,
sua mãe pensou que ela tinha algum tumor ou hemorragia cerebral e correu
levá-la para um hospital, mas todos os exames deram normais.
Nesta
época, a equipe médica suspeitou que uma amidalite que ela tinha acabado de ter
teria sido o desencadeador da síndrome. Segundo o Daily Mail, pesquisadores
acreditam que uma infecção pode ser a responsável por causar uma inflamação
cerebral em pessoas geneticamente predispostas e danificar duas áreas do
cérebro responsáveis pelo sono e por entradas sensoriais.
De
acordo com a mãe da jovem, que teve que sair do seu emprego para cuidar da
filha, o sintoma mais horrível é a sua confusão mental ao acordar, já que,
quando acorda, Beth não sabe onde está e fica muito agitada.
Segundo
o neurologista Guy Leschziner, a diferença deste distúrbio para outros é que a
pessoa com a Síndrome Kleine-Levin também apresenta claras mudanças de
personalidade, como depressão e ansiedade, ao perceber o que está perdendo
enquanto dorme.
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