Mudanças
na rotina podem minimizar os sintomas da doença, como coceira e vermelhidão.
Primeiro aparecem
manchas na pele acompanhadas de coceiras. Em seguida, vermelhidão, inchaços e
ferimentos que podem até sangrar. Ainda que a doença não seja contagiosa, a
vida de quem tem dermatite atópica é cercada por preconceitos. Mesmo com tantos
incômodos, o dermatologista Samuel Mandelbaum garante que é possível diminuir o
desconforto da eczema, como também é chamada, com alguns cuidados diários:
— Hidratação o tempo
todo. Esse é o segredo para controlar a dermatite, já que a doença ainda não
tem cura. O ideal é escolher cremes livres de ureia, porque fazem arder os
ferimentos, ou água termal.Também é importante que os banhos sejam rápidos e de
água morna, e a secagem seja feita com cuidado. É recomendado procurar um
especialista e pedir um medicamento que alivie a sensação de coceira, e nunca
aplicar produtos por conta própria — orienta o médico.
O dermatologista
explica que a eczema é hereditária e se manifesta em pessoas com problemas respiratórios,
com diferenças de acordo com a faixa etária:
— A eczema se dá por
fatores genéticos e ambientais que fazem a pele responder a estímulos externos
além do normal. É comum em pessoas com asma, rinite ou bronquite. Bebês com
cerca de seis meses de vida apresentam manchas nas bochechas e na cabeça.
Quando crescem mais um pouco, as alterações começam a aparecer nas dobrinhas.
Na fase adulta, a alergia surge do lado contrário, como joelhos e cotovelos —
esclarece.
Mandelbaum conta que o
diagnóstico costuma ser imediato e feito por um dermatologista, imunologista ou
alergista, e que o acompanhamento clínico é fundamental para que o paciente
saiba o que fazer em relação aos sintomas.
— Um especialista pode
identificar a doença imediatamente, mas são feitos exames em caso de dúvida. A
eczema se manifesta de forma diferente em cada pessoa, e pode ser mais fácil
controlar os sintomas em uns do que em outros — comenta.
O clima pode agravar os
sintomas. Segundo o dermatologista, a meteorologia é uma das preocupações de
quem sofre com a eczema, já que alterações de temperatura podem afetar o
bem-estar do paciente. Problemas emocionais também oferecem risco:
— O processo
inflamatório que prejudica a respiração é o mesmo que afeta a pele. Por isso, é
importante estar atento ao clima. Frio ou calor, em geral, não aumentam a
irritação da pele, mas as mudanças bruscas do clima fazem mal à respiração e à
dermatite da mesma forma. Além disso, emoções ruins baixam a imunidade,
deixando o corpo mais desprotegido. Tratando as alergias, é possível diminuir
os sintomas da eczema — adverte o especialista.
Fatores externos podem
desencadear as chamadas “crises” da doença, quando os sintomas ficam mais
evidentes. Roupas de certos materiais e o uso excessivo de sabonetes são vilões
do tratamento:
— Os pacientes devem
evitar vestir-se com peças de lã ou tecidos semelhantes, que soltam fios. Não
há problema em usar jeans, desde que não fique justo no corpo para não irritar
a pele ainda mais. Roupas de algodão são as mais apropriadas para quem sofre
com a doença. Qualquer material que tenha atrito com a pele é prejudicial ao
tratamento, por isso não é recomendado usar sabonetes em todo o banho.
Por mais que a doença
seja crônica, Mandelbaum explica que se consultar regularmente com um
especialista pode facilitar o tratamento:
— Muitos fatores podem
desencadear as crises, incluindo estresse ou infecções. Ir frequentemente a um
médico ajuda o paciente a entender melhor o que faz os sintomas se
manifestarem, e isso varia de acordo com cada paciente. Depois que a doença
estiver estabilizada, o intervalo das consultas pode diminuir, até uma vez por
ano. Quando a família é bem orientada, já sabe quais procedimentos adotar e
pode tratar as crises em casa — alerta o dermatologista.
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