É unanimidade, entre
ginecologistas e terapeutas, que o vibrador
oferece uma ótima oportunidade de autoconhecimento às mulheres.
Seus benefícios não se resumem apenas ao deleite experimentado durante a
masturbação: ao saber com mais propriedade que tipo de estímulo gosta, é
possível falar abertamente com o par sobre preferências e, assim, ter mais
prazer --e
maiores chances de orgasmo.
No entanto, há uma
dúvida recorrente entre as fãs do aparelho: será que brincar com o sex toy
diariamente é prejudicial? "O uso diário do vibrador só irá fazer mal à
saúde física se não houver uma higiene correta, podendo ocasionar uma infecção.
Tomando os devidos cuidados, ele pode ser um brinquedo sexual bastante
divertido", responde Karen Moura Pires De Oliveira, educadora sexual e
enfermeira obstetra do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim),
de São Paulo (SP).
Importante lembrar que a
limpeza adequada pós-uso deve ser feita com água e sabão
neutro e que o objeto deve ser cuidadosamente seco e guardado em um local bem
fresco. O uso regular combate males como falta
de lubrificação, atrofia vaginal e fraqueza da
tonificação do assoalho pélvico.
Entretanto, há alguns
fatores em jogo. Johnata Dacal, ginecologista da clínica Mais Excelência
Médica, também na capital paulista, lembra que o sexo, seja a dois ou durante a
masturbação com vibrador, libera inúmeros hormônios, entre eles a ocitocina,
responsável pela sensação de felicidade e prazer.
"O que ocorre é
que algumas pessoas podem entrar em ciclos de compulsão e acabarem fazendo o
uso descontrolado de vibradores. Mais do que um vício no vibrador, o problema
está em todo o comportamento sexual que deve ser avaliado pelo
ginecologista", avisa.
Ele destaca que o
prazer sexual não pode ser padronizado, assim como se masturbar todo dia com o
vibrador não pode ser taxado como excessivo. "Porém, é importante tomar
cuidado quando o seu uso começa a interferir nas atividades diárias".
"Perda de foco no
trabalho, diminuição no interesse em relacionamentos e interferência na vida
social podem ser sinais de abusos. Por isso, é importante o acompanhamento
profissional para diagnosticar alguma compulsão ou até mesmo alterações
hormonais que possam estar causando o aumento do desejo sexual a ponto de
causar alterações na rotina", explica Johnata.
Para Karen, a
utilização constante merece maior atenção quando o interesse por essa prática
também passa a influenciar de maneira negativa na relação a dois. "A
mulher precisar ter controle desse meio de prazer como um 'plus' na sua
sexualidade. Afinal, o sexo a dois é muito mais prazeroso e completo. Se o
vibrador se torna o único meio de alcançar o orgasmo, é preciso repensar o
hábito", diz.
"Quando o fato de
usar o aparelho começa a causar angústia ou sofrimento, também é hora de
reavaliar o comportamento", completa Nelly Kim Kobayashi, ginecologista,
sexóloga e parceira da butique erótica Innuendo, em São Paulo (SP).
De acordo com Nelly,
teoricamente, se pode viciar em qualquer coisa, mas uma pessoa que está bem
psicologicamente não precisa ter esse medo. "Realmente, o vibrador é algo
que pode proporcionar um prazer imenso, mas só vai viciar quem já tem uma
tendência a qualquer outro vício. Para um vício real acontecer, é necessário
que haja algum abalo emocional que leve a pessoa a começar a usá-lo como forma
de compensação por alguma outra carência", afirma.
Portanto, se você se
sente bem consigo mesma e seus hábitos sexuais não provocam nenhum tipo de
dano, não há problema algum em brincar com o sex toy sempre que desejar.
"Todo meio de alcançar a satisfação sexual só não deve ser acompanhado de
prejuízo a si e ao próximo. A sexualidade pode e deve ser vivida de maneira
intensa e prazerosa", observa Karen, do CEJAM.
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