Mas,
o avanço nos tratamentos tem feito com que o medo inicial se transforme em
esperança de uma nova vida.
Na segunda-feira (4),
foi celebrado o Dia Mundial do Câncer, uma doença que, além do portador, também
afeta a qualidade de vida das diversas famílias que sofrem com o drama que a
enfermidade causa. Mas, o avanço nos tratamentos tem feito com que o medo
inicial se transforme em esperança de uma nova vida.
Segundo dados do Instituto
Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 634 mil casos em todo o país
este ano, entre homens e mulheres, nos mais diversos tipos do problema – no
caso do gênero masculino, o principal deve ser o de próstata (68.220), e no
feminino, o câncer de mama (59.700 casos). Isso representa um aumento de 6,3%
em relação ao biênio 2016-2017. Na região Nordeste devem ser aferidos 117.280
casos, ao todo. Um aumento de 9,5% sobre o mesmo período.
Para o estado da Bahia,
a estimativa é a de que cerca de 27.400 casos sejam registrados neste ano,
sendo 14.350 nos homens e 13.050 nas mulheres. Em Salvador, o índice esperado é
de 6.570 casos em 2019, sendo a maior parte entre as mulheres: 3.520, contra
3.050 registros entre os homens.
No caso dos homens, o
maior número de casos, no estado da Bahia, deve ser o de próstata, com 4.280
ocorrências – 780 delas aqui na capital baiana. Também aparecem na lista o
câncer de pele não melanoma (que compreende os tumores mais comuns que ocorrem
principalmente em pessoas de pele clara após exposição solar por longo tempo),
com 3.250 casos (390 em Salvador), o de estômago, com 690 (160 na capital), e o
de traquéia, brônquio e pulmão, com 640 registros (190 em Salvador).
Já quanto ao gênero
feminino, a estimativa é a de que o maior número de casos, 2.870, seja de
câncer de mama (1.020 em Salvador). Em seguida aparece o de pele não melanoma,
com 2.790 ocorrências estimadas, sendo 330 aqui na capital. No terceiro posto
vem o do tipo colo de útero, com 1.230 ocorrências estimadas (300 aqui no
município). Também em destaque estão o câncer de cólon e reto, com 760 casos
(300 em Salvador) e estômago, com 480 (130 na capital baiana).
MORTES.
De acordo com os dados
do INCA, o câncer de traquéia, brônquios e pulmões é o que mais mata homens no
país: foram mais de 15 mil óbitos no país em 2015 (14,4% do total). Em segundo
lugar vem o de próstata, com 14.484 mortes, seguido pelos cânceres de estômago
e de cólon e reto. Esses dois, juntos, mataram 17.295 homens no Brasil naquele
mesmo ano. No geral, os diversos tipos câncer levaram a óbito mais de 107 mil
pessoas do sexo masculino.
Quanto às mulheres, o
primeiro lugar deste triste ranking é ocupado pelo câncer de mama, que vitimou,
também em 2015, 15.403 mulheres em todo o país. Na sequência, veio o de
Traqueia, Brônquios e Pulmões, com 10.978 ocorrências, seguido pelos cânceres
de Cólon, Reto e Ânus e Colo do útero. Juntos, eles levaram a óbito 14.260
pessoas no sexo feminino. No geral, 90.228 mulheres foram vítimas fatais dos
diversos tipos de câncer no ano de 2015, segundo o INCA.
Estudo sobre
necessidades dos sobreviventes é divulgado.
Como forma de lembrar o
Dia Mundial do Câncer, o INCA e o Ministério da Saúde divulgaram um estudo
sobre as experiências e necessidades de indivíduos que sobreviveram ao câncer e
também de dos familiares e cuidadores dos portadores. Segundo o Instituto, com
o crescimento do número de casos novos e as atuais taxas de sobrevida para o
câncer no Brasil, o número de pessoas que sobrevive à doença tem aumentado
significativamente, tornando o acompanhamento desse grupo um grande desafio
para a rede de saúde.
O estudo tem uma
abordagem qualitativa e aprofundou temas ligados à sobrevivência em entrevistas
com pacientes e familiares. Uma das principais conclusões é que a maioria dos
participantes reavaliou seu estilo de vida e muitos optaram por comportamentos
mais saudáveis. Pacientes e familiares relataram mudanças na alimentação com a
adoção de dietas mais saudáveis, dentro das suas realidades.
Eles também contaram
que começaram a praticar exercícios físicos e passaram a fazer exames médicos
periódicos. Ao todo, foram entrevistados 47 indivíduos diagnosticados há pelo
menos 12 meses com câncer de próstata, mama, colo do útero e Leucemia
Linfoblástica Aguda (LLA) e 12 familiares/cuidadores, em hospitais das redes
pública e privada no Rio de Janeiro e em Fortaleza nos anos de 2014 e 2015.
Os pesquisadores
atribuem as mudanças à experiência do diagnóstico e tratamento do câncer que,
apesar de causar angústia e sofrimento, conduz a um processo de reformulação de
valores e comportamentos (ruptura biográfica). Além da adoção de um estilo de
vida mais saudável, eles relataram que também redefiniram o que e quem, de
fato, importa em suas vidas.
Por outro lado, grande
parte dos entrevistados reclamou da dificuldade de acesso a informações e da
falta de um modelo específico de cuidados para os indivíduos acometidos pelo
câncer. Após o tratamento, os pacientes são acompanhados por, pelo menos, cinco
anos. Se não houver mais sinais da doença, o paciente retorna à clínica de
origem com orientações. Além desses, o estudo apontou uma importante demanda de
suporte emocional por parte dos sobreviventes, sendo a principal carência entre
os familiares e acompanhantes, que não contam com atendimento psicológico, algo
que é atualmente oferecido apenas aos pacientes.
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