terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

BAHIA DEVE TER MAIS DE 27 MIL CASOS DE CÂNCER EM 2019...


FONTE: Yuri Abreu,, Salvador, https://www.trbn.com.br



Mas, o avanço nos tratamentos tem feito com que o medo inicial se transforme em esperança de uma nova vida.


Na segunda-feira (4), foi celebrado o Dia Mundial do Câncer, uma doença que, além do portador, também afeta a qualidade de vida das diversas famílias que sofrem com o drama que a enfermidade causa. Mas, o avanço nos tratamentos tem feito com que o medo inicial se transforme em esperança de uma nova vida.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 634 mil casos em todo o país este ano, entre homens e mulheres, nos mais diversos tipos do problema – no caso do gênero masculino, o principal deve ser o de próstata (68.220), e no feminino, o câncer de mama (59.700 casos). Isso representa um aumento de 6,3% em relação ao biênio 2016-2017. Na região Nordeste devem ser aferidos 117.280 casos, ao todo. Um aumento de 9,5% sobre o mesmo período.

Para o estado da Bahia, a estimativa é a de que cerca de 27.400 casos sejam registrados neste ano, sendo 14.350 nos homens e 13.050 nas mulheres. Em Salvador, o índice esperado é de 6.570 casos em 2019, sendo a maior parte entre as mulheres: 3.520, contra 3.050 registros entre os homens.

No caso dos homens, o maior número de casos, no estado da Bahia, deve ser o de próstata, com 4.280 ocorrências – 780 delas aqui na capital baiana. Também aparecem na lista o câncer de pele não melanoma (que compreende os tumores mais comuns que ocorrem principalmente em pessoas de pele clara após exposição solar por longo tempo), com 3.250 casos (390 em Salvador), o de estômago, com 690 (160 na capital), e o de traquéia, brônquio e pulmão, com 640 registros (190 em Salvador).

Já quanto ao gênero feminino, a estimativa é a de que o maior número de casos, 2.870, seja de câncer de mama (1.020 em Salvador). Em seguida aparece o de pele não melanoma, com 2.790 ocorrências estimadas, sendo 330 aqui na capital. No terceiro posto vem o do tipo colo de útero, com 1.230 ocorrências estimadas (300 aqui no município). Também em destaque estão o câncer de cólon e reto, com 760 casos (300 em Salvador) e estômago, com 480 (130 na capital baiana).

MORTES. 
De acordo com os dados do INCA, o câncer de traquéia, brônquios e pulmões é o que mais mata homens no país: foram mais de 15 mil óbitos no país em 2015 (14,4% do total). Em segundo lugar vem o de próstata, com 14.484 mortes, seguido pelos cânceres de estômago e de cólon e reto. Esses dois, juntos, mataram 17.295 homens no Brasil naquele mesmo ano. No geral, os diversos tipos câncer levaram a óbito mais de 107 mil pessoas do sexo masculino.

Quanto às mulheres, o primeiro lugar deste triste ranking é ocupado pelo câncer de mama, que vitimou, também em 2015, 15.403 mulheres em todo o país. Na sequência, veio o de Traqueia, Brônquios e Pulmões, com 10.978 ocorrências, seguido pelos cânceres de Cólon, Reto e Ânus e Colo do útero. Juntos, eles levaram a óbito 14.260 pessoas no sexo feminino. No geral, 90.228 mulheres foram vítimas fatais dos diversos tipos de câncer no ano de 2015, segundo o INCA.

Estudo sobre necessidades dos sobreviventes é divulgado.

Como forma de lembrar o Dia Mundial do Câncer, o INCA e o Ministério da Saúde divulgaram um estudo sobre as experiências e necessidades de indivíduos que sobreviveram ao câncer e também de dos familiares e cuidadores dos portadores. Segundo o Instituto, com o crescimento do número de casos novos e as atuais taxas de sobrevida para o câncer no Brasil, o número de pessoas que sobrevive à doença tem aumentado significativamente, tornando o acompanhamento desse grupo um grande desafio para a rede de saúde.

O estudo tem uma abordagem qualitativa e aprofundou temas ligados à sobrevivência em entrevistas com pacientes e familiares. Uma das principais conclusões é que a maioria dos participantes reavaliou seu estilo de vida e muitos optaram por comportamentos mais saudáveis. Pacientes e familiares relataram mudanças na alimentação com a adoção de dietas mais saudáveis, dentro das suas realidades. 

Eles também contaram que começaram a praticar exercícios físicos e passaram a fazer exames médicos periódicos. Ao todo, foram entrevistados 47 indivíduos diagnosticados há pelo menos 12 meses com câncer de próstata, mama, colo do útero e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e 12 familiares/cuidadores, em hospitais das redes pública e privada no Rio de Janeiro e em Fortaleza nos anos de 2014 e 2015.

Os pesquisadores atribuem as mudanças à experiência do diagnóstico e tratamento do câncer que, apesar de causar angústia e sofrimento, conduz a um processo de reformulação de valores e comportamentos (ruptura biográfica). Além da adoção de um estilo de vida mais saudável, eles relataram que também redefiniram o que e quem, de fato, importa em suas vidas.

Por outro lado, grande parte dos entrevistados reclamou da dificuldade de acesso a informações e da falta de um modelo específico de cuidados para os indivíduos acometidos pelo câncer. Após o tratamento, os pacientes são acompanhados por, pelo menos, cinco anos. Se não houver mais sinais da doença, o paciente retorna à clínica de origem com orientações. Além desses, o estudo apontou uma importante demanda de suporte emocional por parte dos sobreviventes, sendo a principal carência entre os familiares e acompanhantes, que não contam com atendimento psicológico, algo que é atualmente oferecido apenas aos pacientes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário