Mensagens de texto, vídeos e outras formas de comunicação populares entre
os adolescentes podem ajudar a construir um relacionamento de apoio entre pais
e filhos em casos de separação ou divórcio. A conclusão é de um estudo
realizado por especialistas das universidades do Kansas, de Indiana e West
Virginia, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores avaliaram dados de quase 400 casais recém-divorciados
que tinham filhos entre 10 e 18 anos de idade. Eles identificaram três
principais tipos de relacionamento entre os pais separados: cooperativo,
moderado e conflituoso. O bem-estar dos adolescentes e a frequência de
comunicação com os pais também foram mensurados.
A equipe percebeu que o que realmente contou para o bem-estar dos jovens
foi o contato que mantiveram com o pai ou com a mãe após a separação. Quanto
mais contato eles tinham, melhor era o relacionamento entre pais e filhos,
ainda que o pai e a mãe não se dessem bem.
A descoberta contraria um pouco a ideia de que a cooperação entre os pais
é fundamental para os filhos lidarem melhor com o estresse da separação,
destacada em estudos mais antigos. A diferença pode ser explicada pelo fato de
que os jovens, hoje, são mais propensos a ter seus próprios celulares ou
tablets, o que dá mais autonomia e facilita a comunicação com a pessoa que saiu
de casa, seja o pai ou a mãe.
Para os pesquisadores, é claro que os pais devem fazer um esforço para
ter um relacionamento civilizado após o divórcio, pois isso favorece o
bem-estar dos filhos. Mas, de acordo com os resultados publicados no
periódico Journal of Family Issues, o relacionamento dos pais com
os filhos é o mais importante.
Está provado que adolescentes sofrem menos e tendem a se envolvem menos em
comportamentos de risco quando podem contar com o suporte dos pais. Essa
sensação de que eles estarão lá, quando necessário, só pode existir se houver
uma boa comunicação. Além disso, quando o pai ou a mãe mantém contato
frequente, eles conhecem melhor a rotina dos filhos, o que ajuda a identificar
as necessidades deles.
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