Resumo da notícia.
- Homens com problema de ereção
possuem o dobro de risco de ter doenças do coração
- Pressão alta, colesterol elevado e
estresse são fatores que prejudicam tanto a ereção quanto o coração
- Comer bem, manter o peso
controlado, fazer exercícios e não fumar é importante para evitar
problemas de ereção
Além de afetar a
autoestima e a saúde mental do homem, problemas de ereção podem ser um
indicador de que algo não está bem com seu coração. Segundo pesquisa
publicada no periódico Circulation, indivíduos com disfunção
erétil têm o dobro de risco de ter problemas cardíacos.
Qual a ligação do pênis
com o coração?
A ereção é um processo
vascular e depende do bom funcionamento do coração. "Para que ela ocorra,
há o enchimento de pequenos vasos sanguíneos que formam os corpos cavernosos do
pênis", explica Patricia Oliveira, cardiologista do Hospital
Sírio-Libanês. Portanto, muitos fatores associados a problemas nas artérias e
no coração também podem causar disfunção sexual.
Entre os quadros mais
comuns que podem tanto afetar sua ereção quanto levar a doenças
cardiovasculares estão:
- Hiperlipidemia (excesso de
partículas de gordura no sangue);
- Aterosclerose (enrijecimento das
artérias devido ao acúmulo de placas);
- Pressão
alta;
- Diabetes;
- Tabagismo.
Além disso, problemas
como estresse
elevado, ansiedade
e depressão
podem favorecer os dois problemas.
Problemas no pênis vêm
antes.
A disfunção erétil
costuma surgir antes dos problemas cardíacos. Uma das explicações é que as
artérias do pênis são mais finas que as do coração e, por isso, são afetadas
primeiro. "Estudos mostram que a disfunção erétil pode se instalar até
cinco anos antes de um problema nas artérias coronárias", diz Sidney
Glina, urologista do Hospital Albert Einstein.
Pelo mesmo motivo, a
disfunção erétil também indica o risco de obstrução de outras artérias do corpo.
"Pode haver a obstrução das que irrigam as pernas, causando insuficiência
arterial periférica", alerta Glina.
Como prevenir.
Manter bons hábitos é
essencial para garantir que seu coração e seu pênis trabalhem a todo vapor. As
principais recomendações para evitar esses problemas --e várias outras doenças
-- são:
- Evitar o sobrepeso;
- Fazer atividade física
regularmente;
- Controlar a pressão arterial, o
colesterol e a glicose;
- Ter hábitos alimentares saudáveis;
- Abandonar vícios como o fumo;
- Moderar no consumo de álcool;
- Reduzir o estresse.
"É muito
importante, ainda, que os homens se permitam ser avaliados periodicamente (ao
menos uma vez por ano) por um médico de sua confiança", diz Abrão Cury,
cardiologista e clínico geral do Hcor. Isso porque tanto o diagnóstico de
disfunção erétil quanto o de doenças cardiovasculares pode ser feito a partir
de avaliações médicas periódicas, mesmo que ainda não haja sintomas.
Depois de gozar meu
pênis não baixa por nada. Isso é perigoso, Jairo.
Tratamento.
Normalmente, a urologia
trata da disfunção erétil e a cardiologia trata dos problemas cardiovasculares.
Mas deve haver uma integração entre os profissionais. "Se os tratamentos
não forem feitos juntos, ao tentar resolver um problema, você pode complicar
ainda mais o outro", alerta Cury.
Para não colocar o
coração em risco, a identificação da causa da disfunção erétil é muito
importante. "Existem exames bastante específicos que buscam identificar o
tipo e o grau de comprometimento, e que são usados também para avaliar a
resposta ao tipo de medicamento que pode ser utilizado", afirma Cury.
Mesmo que os problemas
de disfunção erétil sejam controlados, o homem não pode deixar de procurar um
cardiologista. "Os fatores de risco podem continuar a existir. Resolver um
problema não significa que o outro não vai ocorrer", diz o cirurgião
cardiovascular Marcelo Sobral.
Cuidados no tratamento.
Quando existem tanto
problemas cardiovasculares quanto de disfunção sexual, os riscos e benefícios
de cada medicação são avaliados com especial atenção. E, se houver necessidade
e possibilidade, trocam-se as medicações que têm mais interação.
"Algumas pílulas
de ereção (inibidores de fosfodiesterase tipo 5), que são o tratamento mais
utilizado para a disfunção erétil, são contraindicadas para uso em conjunto com
medicamentos à base de nitrato", explica Glina.
Isso porque as
medicações cardiológicas à base de nitrato são vasodilatadores potentes e
quando somadas aos efeitos dilatadores da pílulas de ereção podem causar
hipotensão (queda da pressão), levando baixo fluxo de sangue para o coração e
cérebro --e gerar desmaios, mal-estar.
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