Dormir
bem é um dos aspectos mais importantes para o
crescimento, o desenvolvimento e a manutenção da saúde da criança. É um hábito
associado não só à prevenção de doenças mas também a melhoras no aprendizado,
no humor e no bem-estar mental. Por isso, enumeramos algumas regras bem
fundamentadas para levar em conta na hora de estabelecer um sono ideal para o
seu filho.
1.
Criar uma rotina para dormir e acordar.
Em qualquer idade é
importante estabelecer horários regulares para ir dormir e para despertar. Na
medida do possível, vale evitar mudanças impactantes nesses horários, mesmo nos
finais de semana.
Os cochilos diurnos,
comuns até os 5 ou 6 anos, devem ocorrer no início da tarde. Na adolescência,
existe uma tendência natural a dormir mais tarde. Mas isso deve ser monitorado
pelos pais a fim de evitar um tempo insuficiente de sono.
2.
Manter um tempo adequado de sono.
Baseada em inúmeros
estudos, a Academia
Americana de Medicina do Sono definiu a
quantidade de sono necessária para cada faixa etária. Considerando as
características individuais, os pais devem ter como objetivo manter o tempo de
sono de seus filhos próximos às recomendações estipuladas abaixo — lembrando
que é essencial que o maior tempo de sono ocorra no período noturno.
- 4 a 12 meses:
12 a 16 horas de sono por dia, incluindo sonecas
- 1 a 2 anos:
11 a 14 horas de sono por dia, incluindo sonecas
- 3 a 5 anos:
10 a 13 horas de sono por dia, incluindo sonecas
- 6 a 12 anos:
9 a 12 horas de sono por dia
- 13 a 18 anos:
8 a 10 horas
3.
Buscar o relaxamento antes de dormir.
Algumas horas antes de
ir para cama, o ambiente em casa deve se acalmar: o ideal é evitar agitação e
brincadeiras vigorosas, bem como o uso de telas luminosas, seja a do celular,
seja a da televisão. A atividade física deve ocorrer no máximo até duas horas
antes do sono.
Para os pequenos
relaxarem, além do banho, são bem-vindas músicas calmas, histórias e massagens.
Para os mais crescidos, banho, música tranquila e a leitura de um livro caem
bem.
4.
Dormir na sua própria cama.
A recomendação é
acostumar a criança, desde cedo, ao seu berço ou cama. O ideal é colocá-la
sonolenta ali e deixar que se adapte e tome gosto por seu espaço. Sim, procure
não levar o pequeno para a cama dos pais durante a noite.
As sociedades de
pediatria recomendam que a criança deva dormir no quarto dos pais pelo menos
até os 6 meses de vida — nunca na cama dos pais, cabe frisar. Essa proximidade
é importante para socorrer o bebê diante de alguma eventualidade e evitar a
chamada morte súbita do lactente.
5.
Ter atenção com a alimentação à noite.
No caso do bebê, a
alimentação durante a madrugada deve ser retirada a partir de 9 ou 10 meses de
idade. Pensando nos mais velhos, um leite morno ou alguma refeição leve estão
liberados antes de dormir.
Já pratos abundantes e
gordurosos devem ser evitados. Refrigerantes e bebidas com cafeína são
contraindicados também.
6.
Montar um ambiente adequado.
Procure transformar o quarto em um lugar tranquilo,
silencioso e seguro. Se alguma luz for necessária, utilize
um tipo bem fraco, mantendo a penumbra.
Adequar a temperatura
ambiente também é importante. O berço do bebê, no primeiro ano de vida, deve
ser o mais “limpo” possível. Protetores de berço, cobertas soltas, travesseiros
ou colchões muito fofos devem ser evitados, pois colocam o bebê em risco.
O “amiguinho de
dormir”, a partir dos 5 meses, ajuda na independência do bebê, já que é um
objeto de transição. Mas fique atento às especificações de tamanho, cor e
textura do brinquedo.
7.
Privilegiar uma posição no sono.
Essa vale especialmente
para os bebês: nos primeiros meses de vida, eles precisam ser colocados para
dormir sempre na posição supina, ou seja, de barriga para cima. Essa medida é
comprovadamente essencial para a prevenção da morte súbita. Em relação às
crianças mais velhas, qualquer dificuldade associada à posição ou à manutenção
do sono à noite deve ser comentada e discutida com o pediatra.
*** Dra.
Beatriz Neuhaus Barbisan é pediatra e presidente do Departamento Científico de
Medicina do Sono da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
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