Por muito tempo,
recomendações de saúde pública dos Estados Unidos sugeriam que uma dosagem
baixa de aspirina diariamente poderia proteger a população com mais de 50 anos
de riscos de doenças cardiovasculares.
Agora, uma nova diretriz emitida em conjunto
pelo American College of Cardiology e American Heart Association, afirma que
"a aspirina deve ser usada com infrequência na prevenção primária de
rotina de doenças cardiovasculares ateroscleróticas devido à falta de
evidências". Ou seja, pessoas saudáveis não precisam usá-la diariamente
após os 50 anos da idade.
A mudança foi baseada
em estudos feitos em 2018, principalmente três artigos publicados em setembro
no The New England Journal of Medicine. Um
deles estudou 19 mil pessoas com mais de 65 anos e de
diversas etnias e mostrou que a aspirina não só não ajuda na saúde, como
causava aumento da mortalidade.
Os dois grupos
concordaram que, para idosos com baixo risco --sem histórico prévio de ataque
cardíaco ou acidente vascular cerebral -- o risco de sangramento
gastrointestinal supera qualquer benefício cardíaco.
No entanto, isso não se
aplica a pessoas que já tiveram AVC
ou infarto, ou que já passaram
por cirurgias de bypass ou colocaram stent nas artérias coronárias.
Prevenção
primária de doenças do coração.
Abaixo, confira os
principais pontos de prevenção primária apontados na diretriz:
A maneira mais
importante de prevenir a doença vascular aterosclerótica, insuficiência
cardíaca e fibrilação é ter um estilo de vida saudável ao longo da vida.
Cuidados com diferentes
profissionais é uma estratégia eficaz para a prevenção de doenças
cardiovasculares. Os médicos devem avaliar os determinantes de saúde que afetam
os indivíduos para informar decisões de tratamento.
Adultos entre 40 e 75
anos de idade que estão sendo avaliados para prevenção de doenças
cardiovasculares devem ser submetidos a uma estimativa de risco para doença
cardiovascular aterosclerótica em 10 anos (ASCVD) e discussão de risco
clínico-paciente antes de iniciar a terapia farmacológica, como terapia
anti-hipertensiva, uma estatina ou aspirina.
Além disso, avaliar
outros fatores que aumentam o risco pode ajudar a orientar as decisões sobre
intervenções preventivas em indivíduos com quadros específicos.
Todos os adultos devem
seguir uma dieta saudável que enfatize a ingestão de vegetais, frutas, nozes,
cereais integrais, proteínas e minimizar a ingestão de gorduras trans, carnes
processadas, carboidratos refinados e bebidas açucaradas. Para adultos com
excesso de peso e obesidade, aconselhamento nutricional e restrição calórica
são recomendados.
Os adultos devem
realizar pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade
moderada ou 75 minutos por semana de atividade física de intensidade alta.
Para adultos com diabetes
tipo 2, mudanças no estilo de vida, tais como melhorar hábitos alimentares e se
exercitar, são cruciais.
Todos os adultos devem
ser advertidos sobre o perigo do uso do tabaco, e aqueles que usam a substância
devem ser aconselhados a parar.
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