A dificuldade de
engolir substâncias líquidas ou sólidas é chamada de disfagia. Além de não
conseguir deglutir --no caso, uma pílula --, o indivíduo pode sentir náusea
pela presença física do comprimido na garganta ou até pelo tamanho dele. Se
você tem esse problema, pode ser uma questão psicológica. Mas, mesmo que o
considere algo banal, é melhor ir ao médico, pois a condição pode ser um alerta
de algo mais sério.
Existem dois tipos de
disfagia: a orofaríngea (quando há dificuldade de engolir na parte inicial do
processo digestivo, ou seja, da garganta à faringe) e a esofágica (quando o
problema está na passagem da substância entre o esôfago e o estômago). O
diagnóstico das doenças que causam a disfagia se baseia justamente em qual dos
dois tipos a pessoa tem.
Quando é orofaríngea, a
musculatura estriada, que é a mesma que reveste braços e pernas, que é afetada.
Entre as doenças que a afetam estão a miastenia grave (doença causada por uma
falha de comunicação entre os nervos e os músculos), o AVC
e até a doença de Parkinson. Já a esofágica pode ser sinal de doenças como
esclerodermia (enrijecimento crônico da pele e dos tecidos conjuntivos),
hipotireoidismo, diabetes
e doença de Chagas. Além disso, obstruções causadas por tumores benignos ou
malignos e esofagites também podem impedir a deglutição.
Caso o problema seja
psicológico, você pode pensar em soluções em casa para facilitar a deglutição. Só não triture ou dissolva o medicamento, pois isso
pode comprometer sua eficácia.
Seja lá qual for o
problema, é importante procurar um médico. O diagnóstico precoce (e preciso)
pode tratar rapidamente uma doença grave ou simplesmente garantir que o remédio
seja absorvido pelo organismo de forma adequada.
*** Fontes: Décio
Chinzon, médico gastroenterologista e secretário-geral da FBG (Federação
Brasileira de Gastroenterologista); Ricardo Barbuti, gastroenterologista do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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