terça-feira, 13 de agosto de 2013

HEPATITE PODE SE ESCONDER EM ESMALTES...

FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.

As mulheres não resistem a um salão de beleza. Esse é um dos lugares mais frequentados por elas para mudar o visual ou se embelezar, porém, os salões podem trazer sérios riscos à saúde. Os salões de beleza escondem doenças que podem ser facilmente contraídas na hora de pintar a unha, arrumar o cabelo, fazer uma maquiagem, depilação, limpeza de pele etc. Não há duvida da importância de todos os cuidados para evitar a transmissão de doenças, tanto nos serviços de beleza, saúde, ou em qualquer outro lugar.

Porém, é preciso estar atenta a higiene do estabelecimento para evitar contaminações. Segundo a dermatologista Miriam Sabino, os materiais utilizados para fazer as unhas, tanto das mãos quanto dos pés, são os maiores vilões na transmissão de doenças como micoses, dermatites e até hepatite. “O indicado para quem faz as unhas em salões é levar o seu próprio material, desde o alicate de unha, lixa, espátula, esmaltes e toalha, pois esses materiais podem transmitir fungos, que acarretam doenças”, afirmou.
A hepatite é uma doença silenciosa que pode demorar até 20 anos para se manifestar. O vírus da hepatite C pode se manter vivo por até quinze dias dentro de um frasco de esmalte e por mais de 7 dias, o vírus da Hepatite C permanece no sangue seco. A transmissão no esmalte ocorre depois que a manicure ao retirar a cutícula, fere o local, ocorrendo o sangramento. Ao passar o pincel do esmalte sobre a cutícula e a unha, contamina o pincel com o sangue que ao ser levado pra dentro do frasco de esmalte, armazena ali o vírus por até 15 dias.
O risco contido no uso das ferramentas.
O contágio é facilmente transmitido a outro cliente que acaba escolhendo aquele mesmo esmalte infectado. Essa descoberta de transmissão da doença deixou os salões de beleza apreensivos, pois não tem como usar um esmalte para cada cliente e descartá-lo. “Nós sabemos dos riscos que os alicates, lixas, espátulas e palitos se não forem descartados ou esterilizados podem causar. Mas, os esmaltes, esse é novidade pra gente. Aconselho aos clientes a montar seu próprio kit e manter os alicates bem amolados para que as manicures não reclamem do material”, ressaltou a cabeleireira e dona de salão, Suzana Alves.
A profissional salientou que desde quando decidiu montar o negócio se preocupou em investir em um aparelho autoclave, único permitido pela vigilância sanitária como capaz de matar qualquer vírus de doença. “Na época, há uns quatro anos, o parelho custou quase R$ 5 mil, o tamanho pequeno. Alguns salões ainda usam as estufas que não são eficientes. Aqui no salão, oriento as manicures a ter mais de dez alicates e a cada cinco usados, colocamos no aparelho para esterilizar, mas, sei que o método mais seguro, é cada cliente ter o seu próprio material”, afirmou Suzana.     
Para a dermatologista Miriam Sabino é importante que o material para fazer a unha seja esterilizado corretamente para evitar que o vírus permaneça no alicate ou espátula, já que o vírus da hepatite sobrevive por até 15 dias e o da Aids resiste por algumas horas. Os fungos costumam ficar até três dias nos instrumentos.
Segundo ainda a dermatologista, os vilões das transmissões são: micoses, dermatites seborreica, dermatite de contato e impetigo. A micose das unhas pode ser transmitida por meio de cortadores, espátulas, alicates de cutículas e de unhas, toalhas úmidas e lixas que tenham tido contato com qualquer unha contaminada.

O tratamento para micose de unha pode ser prolongado, por que o desaparecimento dos sintomas depende do crescimento da unha, que ocorre lentamente, podendo demorar até um ano. Já a dermatite seborreica que pode ser contraída por meio das escovas de cabelo. “Pentes e escovas podem causar a dermatite seborreica que é uma inflamação crônica da pele. A doença ataca o couro cabeludo sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam”, alerta.

A dermatite de contado acontece se a pessoa ser alérgica a substâncias como o formaldeído e tolueno ou a alguns pigmentos e conservantes presentes na composição de esmaltes. O impetigo a transmissão pode ocorrer ao compartilhar materiais contaminados, como toalhas, lençóis, protetores de maca e de cadeira, espátulas e outros instrumentais.

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