FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
As mulheres não resistem a um
salão de beleza. Esse é um dos lugares mais frequentados por elas para mudar o
visual ou se embelezar, porém, os salões podem trazer sérios riscos à saúde. Os salões
de beleza escondem doenças que podem ser facilmente contraídas na hora de
pintar a unha, arrumar o cabelo, fazer uma maquiagem,
depilação, limpeza de pele etc. Não há duvida da importância de todos os
cuidados para evitar a transmissão de doenças, tanto nos serviços de beleza,
saúde, ou em qualquer outro lugar.
Porém, é preciso estar atenta a higiene do
estabelecimento para evitar contaminações. Segundo a dermatologista Miriam
Sabino, os materiais utilizados para fazer as unhas, tanto das mãos quanto dos
pés, são os maiores vilões na transmissão de doenças como micoses, dermatites e
até hepatite. “O indicado para quem faz as unhas em salões é levar o seu
próprio material, desde o alicate de unha, lixa, espátula, esmaltes e toalha,
pois esses materiais podem transmitir fungos, que acarretam doenças”, afirmou.
A hepatite é uma doença silenciosa que pode
demorar até 20 anos para se manifestar. O vírus da hepatite C pode se manter
vivo por até quinze dias dentro de um frasco de esmalte e por mais de 7 dias, o
vírus da Hepatite C permanece no sangue seco. A transmissão no esmalte ocorre
depois que a manicure ao retirar a cutícula, fere o local, ocorrendo o
sangramento. Ao passar o pincel do esmalte sobre a cutícula e a unha, contamina
o pincel com o sangue que ao ser levado pra dentro do frasco de esmalte, armazena
ali o vírus por até 15 dias.
O
risco contido no uso das ferramentas.
O contágio é facilmente transmitido a outro
cliente que acaba escolhendo aquele mesmo esmalte infectado. Essa descoberta de
transmissão da doença deixou os salões de beleza apreensivos, pois não tem como
usar um esmalte para cada cliente e descartá-lo. “Nós sabemos dos riscos que os
alicates, lixas, espátulas e palitos se não forem descartados ou esterilizados
podem causar. Mas, os esmaltes, esse é novidade pra gente. Aconselho aos clientes
a montar seu próprio kit e manter os alicates bem amolados para que as
manicures não reclamem do material”, ressaltou a cabeleireira e dona de salão,
Suzana Alves.
A profissional salientou que desde quando
decidiu montar o negócio se preocupou em investir em um aparelho autoclave,
único permitido pela vigilância sanitária como capaz de matar qualquer vírus de
doença. “Na época, há uns quatro anos, o parelho custou quase R$ 5 mil, o
tamanho pequeno. Alguns salões ainda usam as estufas que não são eficientes.
Aqui no salão, oriento as manicures a ter mais de dez alicates e a cada cinco
usados, colocamos no aparelho para esterilizar, mas, sei que o método mais
seguro, é cada cliente ter o seu próprio material”, afirmou
Suzana.
Para a dermatologista Miriam Sabino é
importante que o material para fazer a unha seja esterilizado corretamente para
evitar que o vírus permaneça no alicate ou espátula, já que o vírus da hepatite
sobrevive por até 15 dias e o da Aids resiste por algumas horas. Os fungos
costumam ficar até três dias nos instrumentos.
Segundo ainda a dermatologista, os vilões
das transmissões são: micoses, dermatites seborreica, dermatite de contato e
impetigo. A micose das unhas pode ser transmitida por meio de cortadores,
espátulas, alicates de cutículas e de unhas, toalhas úmidas e lixas que tenham
tido contato com qualquer unha contaminada.
O tratamento para micose de
unha pode ser prolongado, por que o desaparecimento dos sintomas depende do
crescimento da unha, que ocorre lentamente, podendo demorar até um ano. Já a
dermatite seborreica que pode ser contraída por meio das escovas de cabelo.
“Pentes e escovas podem causar a dermatite seborreica que é uma inflamação
crônica da pele. A doença ataca o couro cabeludo sob a forma de lesões
avermelhadas que descamam e coçam”, alerta.
A dermatite de contado acontece se a pessoa
ser alérgica a substâncias como o formaldeído e tolueno ou a alguns pigmentos e
conservantes presentes na composição de esmaltes. O impetigo a transmissão pode
ocorrer ao compartilhar materiais contaminados, como toalhas, lençóis,
protetores de maca e de cadeira, espátulas e outros instrumentais.
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