Acontece inúmeras vezes. A pessoa passa a ter
dificuldades de variada ordem e se sente infeliz.
No âmbito familiar, os desentendimentos se tornam
rotina. No ambiente de trabalho, um certo marasmo toma conta das ações e a
pessoa não se sente mais estimulada a realizar o melhor.
Por causa disso, sucedem-se as chamadas de atenção
dos superiores, as reclamações de clientes e a insatisfação íntima.
Acrescente-se a isso pequenas desavenças com um ou
outro amigo, que deságuam em ruptura de relacionamentos de anos.
Então, a pessoa enumera todas as dificuldades,
grandes e pequenas, e acredita que Deus a está castigando.
E não faltam os que fazem coro a essa afirmativa,
dizendo-a verdadeira.
Deus castiga porque a pessoa foi desonesta em algum
momento. Deus castiga porque a pessoa O desagradou, não Lhe prestando as
homenagens devidas.
Deus castiga porque a pessoa não está vinculada a
essa ou aquela denominação religiosa, para fazer o bem.
Deus castiga...
* * *
Que forma pequena de conceituarmos Deus! Deus, que
é nosso Pai, soberanamente justo e bom, viveria a dar castigos aos filhos que
Ele criou, por amor?
Deus, de quem Jesus afirmou que veste a erva do
campo, que hoje se apresenta verde e amanhã já secou e é lançada ao fogo...
Deus, de quem Jesus nos cientificou que providencia
o alimento para as aves que voam pelos céus, porque elas não semeiam...
Terá acaso Deus maior cuidado com a erva, os
animais do que com os seres humanos?
Observamos que, no mundo, o homem tem graduações
para o atendimento prioritário, onde o ser humano é mais importante do que o
animal, por sua condição de ser moral, imortal.
Também observamos que, em casos de grandes comoções
e necessidades, o homem salvaguarda os seres mais frágeis: idosos, crianças,
mulheres.
Ora, será Deus menos sábio que nós mesmos?
Pensemos nisso. E abandonemos de vez essa ideia de
que Deus castiga.
Se Deus regesse o Universo, ao sabor de paixões
como as que temos nós, os humanos, viveríamos o caos.
Em certa manhã, Ele poderia estar de mau humor e,
porque um número determinado de pessoas de um planeta O desagradasse,
resolveria por eliminar aquele globo do conjunto universal.
Por ter preferências por uns seres em detrimento de
outros, concederia bênçãos inúmeras àqueles, deixando de atender a esses, que
não Lhe mereceriam melhor atenção.
Deus é soberanamente justo e bom. Tenhamos isso em
mente.
Infinito em Suas qualidades, estende Seu amor a
toda Sua criação, a quem sustenta com esse mesmo amor.
E, se as dores, os problemas e dificuldades se
acumularem, verifiquemos até onde nós mesmos criamos todos esses entraves.
E, sempre, nos reportemos ao Pai amoroso e bom,
suplicando nos auxilie a resolver os problemas, a modificarmos a nossa maneira
de ser, a nos tornarmos criaturas melhores.
Com certeza, a pouco e pouco, veremos se diluírem,
como névoa da manhã, o que hoje catalogamos como insolúvel, extremamente
doloroso ou amargo.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier – Emmanuel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário