FONTE: Carolina Garcia - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Tristeza, excesso de cansaço
físico, incerteza sobre sua função neste mundo e
ausência de planos para a semana. Para os psicólogos e consultores
comportamentais ouvidos pelo Delas, o cenário é o relato perfeito de um
ser humano desmotivado.
Para algumas pessoas com o quadro de
desmotivação, a saída é depositar a culpa nas relações que não geraram o
resultado esperado, como o trabalho, o parceiro amoroso ou os amigos.
Mas, segundo Paola Almeida, professora
doutora da PUC-SP em Análise de Comportamento, nem sempre a fonte de
descontentamento é externa. “O problema pode surgir com a ‘expectativa conto de
fadas’.
Você conquistou tudo e
agora se pergunta: ‘Era só isso?’. É preciso analisar o próprio sentimento e
alinhar as expectativas”, explica.
É também importante,
segundo Carlos Hilsdorf, palestrante e autor dos livros Atitudes
Vencedoras e 51 Atitudes para vencer na vida e na carreira, dominar o
mecanismo de recompensa do cérebro.
“Com a produção de dopamina a cada conquista
[pelo sistema nervoso], sentimos prazer, euforia e felicidade”. Em uma má fase,
a pessoa fica entristecida, desmotivada e rumo à depressão.
“Há outras maneiras de motivar o cérebro sem
depositar toda a responsabilidade em nossos desejos. E eles nem sempre são
positivos”. A autoavaliação pode ser fundamental e evitar rupturas precoces –
como o divórcio entre recém-casados ou uma inesperada demissão.
No lado profissional, o salário abaixo do
esperado, o clima pesado e a falta de reconhecimento profissional são os
principais culpados pela vida sofrível no escritório, dizem os desmotivados, de
acordo com uma pesquisa da consultoria 4hunter.
Entre os 500 entrevistados, mais da metade (55%)
-- e maioria homem (62%) -- está insatisfeita com o atual emprego. Ricardo
Barbosa, diretor-executivo da Innovia Training & Consulting, explica que o
funcionário insatisfeito precisa estabelecer um canal de comunicação com o
gestor. “Sentar e discutir um plano de carreira pode mudar o cenário”.
O início de um ciclo, como o primeiro
semestre do ano, pode ser uma excelente oportunidade para colocar 'qualidade de
vida' como prioridade. Veja alguns caminhos apontados pelos especialistas para
sair da desmotivação:
Primeiro: acredite, não é
só com você!
Para gerar mudanças significativas é preciso entender que momentos de tristeza
e falta de esperança fazem parte do dia a dia. O erro é deixar os sentimentos
conduzirem sua jornada.
"É importante reconhecer o cenário. Se
não entender que é algo do ser humano, você não consegue mudar", explica a
psicóloga Paola.
Segundo: não se culpe,
mas assuma as responsabilidades.
O sentimento de culpa só aumenta a desmotivação. Você não é culpado pela
situação, mas é algo que só você poderá mudar.
Segundo José Roberto Marques, presidente do
Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), um bom caminho é buscar congruência na
vida pessoal, profissional, espiritual e amorosa. "Você deve alinhar todas
as áreas da vida com atividades prazerosas", explica.
Terceiro: faça uma lista
das situações que mais causam desmotivação.
Com essa lista nas mãos, você pergunta a si mesmo: como reverto isso? Se
concluir que o problema está na sua vida amorosa, por exemplo, é preciso reconhecer
se está com a pessoa errada ou se apenas não alcançou ainda o cenário ideal com
ela.
"É uma das partes mais complexas:
encontrar a origem dos problemas", diz o palestrante motivacional
Hilsdorf.
Quarto: mova-se!
Todos os especialistas citam a importância de trabalhar três níveis: físico,
mental e espiritual. O primeiro pode ser conquistado com atividades físicas.
Muitas reações químicas positivas no nosso
cérebro são ativadas em exercícios que causam a transpiração. A leitura é uma
grande aliada da maturidade psicológica. A terceira fase, explicam os
entrevistados, é o ato de exercer a fé independente da crença.
Quinto: transforme uma
falha em aprendizagem.
“A ressignificação de algo ruim é um dos maiores motivadores do ser humano”,
defende Marques. O segredo é fazer uma autoanálise após um evento ruim e não se
desesperar.
O consultor cita o repentino desemprego, por
exemplo. Entender o que provocou a demissão pode prepará-lo para uma melhor
oportunidade.
Sexto: aproveite as
pequenas conquistas diárias.
Reassumir projetos antigos, cumprir uma lista de tarefas do dia e evitar os
pensamentos desmotivadores: trace pequenas metas diárias e aproveite o processo
de descoberta. Nesse período, você poderá definir melhor suas crenças, valores
e objetivos.
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