FONTE: DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
A FDA (agência que
regula alimentos e remédios nos EUA) acaba de iniciar uma investigação sobre a
segurança do uso de testosterona com prescrição médica.
O anúncio foi motivado
por dois estudos independentes publicados recentemente. Ambos indicaram que os
homens que fazem uso de produtos para reposição do hormônio têm maior risco de
sofrerem infarto, derrame cerebral e morte.
A agência americana
informou que, enquanto conduz as investigações, as pessoas que usam a
testosterona não devem interromper o tratamento sem antes conversar com seus
médicos.
A FDA também reforçou o pedido para que pacientes e profissionais de saúde
relatem eventuais efeitos colaterais percebidos no uso dessa medicação.
"Os profissionais
de saúde devem considerar se os benefícios dos tratamentos com testosterona
aprovados pela FDA deverão ultrapassar os potenciais riscos do
tratamento", alertou a agência em comunicado oficial.
Nos EUA, a testosterona
está aprovada em diversas apresentações, como injeções, adesivos e até mesmo em
gel.
No Brasil, estão
disponíveis produtos de reposição masculina injetável e, desde fim do ano
passado, em formato de desodorante.
SUSPEITAS.
Os dois trabalhos citados pela FDA foram publicados em um curto intervalo de tempo. Em novembro de 2013, um grande estudo no periódico "Jama", da Associação Médica Americana, indicou que homens mais velhos, muitos com histórico de doença cardíaca, tiveram um aumento de quase 30% em mortalidade, ataques cardíacos e derrames cerebrais após usarem a testosterona.
Os dois trabalhos citados pela FDA foram publicados em um curto intervalo de tempo. Em novembro de 2013, um grande estudo no periódico "Jama", da Associação Médica Americana, indicou que homens mais velhos, muitos com histórico de doença cardíaca, tiveram um aumento de quase 30% em mortalidade, ataques cardíacos e derrames cerebrais após usarem a testosterona.
Na última quarta-feira,
um trabalho publicado no periódico "PLoS One" acompanhou cerca de 56
mil homens idosos e de meia idade que receberam receitas de testosterona entre
2008 e 2010.
O trabalho comparou a
taxa de ataques cardíacos desse grupo em dois momentos: um ano antes da
prescrição médica e três meses depois das receitas.
Os homens com mais de
65 anos tiveram risco duas vezes maior de ataque cardíaco depois de iniciar o
tratamento com o hormônio, assim como os homens mais jovens com histórico prévio
de doenças cardíacas.
Segundo especialistas,
a queda no nível de testosterona é um processo natural, que começa gradualmente
em torno dos 40 anos.
Pesquisas indicam que
um percentual muito baixo de homens chega a apresentar sintomas claros dessa
redução, como a diminuição da libido e ondas de calor. São para esses casos, de
níveis baixos e com sintomas, que se recomenda a reposição.
EM ALTA.
Estudos recentes têm mostrado que o uso do hormônio aumentou na última década, inclusive entre homens que não se encaixam nesse perfil.
Estudos recentes têm mostrado que o uso do hormônio aumentou na última década, inclusive entre homens que não se encaixam nesse perfil.
Trabalho em 2013 no
"Jama Internal Medicine",mostrou que o número de idosos e homens de
meia-idade que recebeu receitas do hormônio triplicou desde de 2001. Cerca de
um quarto deles não havia feito testes para verificar os níveis de testosterona
antes de receber a prescrição.
Além dos potenciais
riscos apontados pelos novos estudos, a reposição tem outros problemas. Doses
exageradas podem causar crescimento das mamas, toxicidade hepática, maior risco
de hipertensão e apneia do sono.
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