FONTE: *** Jairo Bouer
(doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Usar o tablet ou o
celular para acalmar a criança que não deixa os pais em paz em certos ambientes
pode ser uma faca de dois gumes, sugerem pesquisadores em um artigo publicado
semana passada no periódico Pediatrics.
Segundo os
especialistas, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, a atitude faz com
que as crianças deixem de desenvolver seus próprios mecanismos de
autorregulação. Os pesquisadores, coordenados por Jenny Radesky, chegaram à
conclusão após revisar estudos sobre diversos tipos de mídia disponíveis hoje e
seu papel na educação e no desenvolvimento dos pequenos.
Várias pesquisas
mostram que crianças com menos de 30 meses não são capazes de aprender com
vídeos o que aprenderiam com as interações reais. No entanto, a equipe admite
que há poucos trabalhos sobre mídias interativas, como livros eletrônicos e
aplicativos para aprender a ler.
Ao que tudo indica,
esses aplicativos podem ser úteis apenas para crianças com 3 anos ou mais,
afirma o artigo. Mesmo assim, celulares e tablets podem diminuir o tempo gasto
com interações reais, o que é preocupante.
Enquanto ainda não há
estudos suficientes para garantir o benefício dessas tecnologias, os
pesquisadores sugerem que elas sejam usadas pelas crianças junto com os pais,
pois isso aumenta o valor educacional da mídia. Eles também recomendam que isso
seja feito por um período pré-determinado, como uma hora por dia, por exemplo.
Sobre o autor.
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário