FONTE:
Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
As mulheres vítimas
de violência doméstica têm o dobro de chance de sofrer depressão e três vezes
mais risco de ter surtos psicóticos. O risco se torna ainda maior -de quatro a
sete vezes mais- se a mulher vítima da violência doméstica na fase adulta tiver
sofrido o mesmo tipo de abuso na infância.
Estas são conclusões
de um estudo do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King
College London, na Inglaterra, feito em conjunto com o Institut Universitaire
en Santé Mentale de Montréal (IUSMM - Instituto Universitário de Saúde Mental),
da Universidade de Montréal. A pesquisa foi divulgada recentemente no periódico
"Depression and Anxiety", da Associação Americana de Transtornos de
Ansiedade (ADAA, na sigla em inglês).
Durante dez anos, os
pesquisadores avaliaram 1.052 mulheres, sem histórico de depressão até o início
da pesquisa, e detectaram que quatro a cada dez delas sofriam violência
doméstica de seus cônjuges, que variava de empurrões até golpes com objetos; e
que tais ações influenciaram diretamente na sua saúde mental.
Os pesquisadores
detectaram também que, entre as mulheres agredidas, havia mais casos de
violência doméstica na infância, uso de drogas, gravidez precoce, personalidade
antissocial, além de a maioria ser de classes mais pobres economicamente.
"A violência
doméstica é inaceitável por causa das lesões que provoca. Temos demonstrado que
essas lesões não são apenas físicas. Elas também podem ser psicológicas, uma
vez que aumentam o risco de depressão e sintomas psicóticos", afirmou
Louise Arseneault, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e
Neurociência do King College London.
Para Arseneault, os
profissionais de saúde devem ter essa possibilidade em mente quando cuidarem de
mulheres com problemas mentais.
"Dada à
prevalência de depressão nestas vítimas, precisamos saber prevenir esses danos
e agir diante destas situações. Os atos de violência deixam mais do que danos
físicos, deixam cicatrizes psicológicas", afirmou.
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