FONTE: Thais
Carvalho Diniz,
Do UOL, em
São Paulo
(mulher.uol.com.br).
Conhecer o pênis e
suas particularidades –não apenas no que se refere ao seu tamanho– pode ajudar
homens e mulheres a terem uma vida sexual mais satisfatória. A seguir,
especialistas falam sobre dez curiosidades sobre o órgão.
1 - Tamanho é
documento? O item é o primeiro
da lista porque muitos homens ainda se preocupam com a medida do seu órgão
sexual. De acordo com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), um pênis
considerado normal mede de sete a 17 centímetros ereto. E é importante frisar
que potência e tamanho não são proporcionais. Isso significa que a preocupação
de não satisfazer a parceira por achar o membro pequeno é sem fundamento.
"Apenas problemas físicos e psicológicos podem dificultar uma ereção, a
conhecida disfunção erétil, mas isso não está relacionado ao tamanho do pênis",
fala Maria Cristina Romualdo, terapeuta sexual responsável pelo atendimento
psicológico do serviço de urologia e disfunções sexuais masculinas do Hospital
São Paulo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A encanação de não
dar prazer à mulher também não faz sentido porque são os
primeiro cinco centímetros de profundidade da vagina os mais ricos em terminações nervosas e, por isso, mais
sensíveis.
2 - Não
aumenta nem diminui durante a vida: ainda
a respeito do tamanho, o órgão não sofre alteração após chegar ao tamanho
adulto, o que acontece por volta dos 18 anos. "As cirurgias para aumentar
o pênis não são indicadas por motivos estéticos e, mesmo em casos de micropênis
(quando não atinge 2,5 cm flácido ou 7,5 cm ereto), os ganhos são pequenos e os
riscos muito grandes", fala o urologista Sidney Glina. Procedimentos
cirúrgicos com essa finalidade podem provocar instabilidade do membro em
ereção, limitar a capacidade de penetração e, consequentemente, prejudicar a
vida sexual do indivíduo, segundo o especialista.
3 - Pode
parecer menor do que é: segundo
Sidney Glina, urologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a maioria
que acha ter o pênis pequeno está enganada. "O que acontece é que, quando
esses homens vão comparar seus órgãos, em um vestiário, por exemplo, estão em
situação de estresse, tensos. O pênis tem um músculo chamado dartos, localizado
abaixo do saco escrotal, que diante de momentos assim se contrai, fazendo com
que o órgão pareça menor do que é", explica. Para comparar, é só
observar como ele reage diante do frio também.
4 -
Sensibilidade: a glande, mais
popularmente conhecida como cabeça do pênis, é a parte mais sensível do órgão
sexual masculino, de acordo com Antônio de Moraes Júnior, coordenador do
Departamento de Andrologia da SBU. Não é possível afirmar o número de
terminações nervosas que ela tem (nem do pênis como um todo), mas a região
proporciona bastante prazer ao homem. "Por ser muito sensível, deve ser
estimulada adequadamente. Toques intensos e forte fricção podem gerar mais
desconforto do que prazer ", fala Maria Cristina Romualdo, terapeuta
sexual do Hospital São Paulo da Unifesp.
5 - Temperatura
dos testículos: a região
também apresenta sensibilidade aflorada, pois é composta de glândulas
vascularizadas, por onde passa a corrente sanguínea. Produz espermatozoides e
testosterona (hormônio) e por isso precisa ficar um grau abaixo da temperatura
interna do abdômen, que é de 37ºC. "Números acima disso podem prejudicar a
fertilidade masculina", afirma Antônio de Moraes Júnior, da SBU.
De acordo com a
terapeuta sexual Maria Cristina Romualdo, dormir sem cueca ajuda a manter a
temperatura ideal dos testículos, favorecendo a produção e a qualidade dos
espermatozoides. "Mas ninguém precisa ficar pelado o dia inteiro, é só um
cuidado a mais. Usar roupas que não apertem a região também é
favorável."
6 -
Masturbação não é necessidade: alguns
homens dizem que ficar muito tempo sem ejacular pode ser prejudicial,
"pesa" o saco escrotal e outros tantos argumentos. Tudo mito. Segundo
os especialistas, não existe nenhuma razão fisiológica para colocar o sêmen
para fora do corpo. "Se você não ejacular, vai eliminar na urina. Essa
necessidade é algo cultural, puramente pelo prazer que o orgasmo causa, com
sexo a dois ou masturbação. A ejaculação não é fundamental para a saúde sexual,
não existe nenhum estudo científico quanto a isso", declara Sidney Glina,
urologista do Hospital Albert Einstein.
7 -
Circuncisão não afeta sensibilidade: a
postectomia é a cirurgia feita para retirada do prepúcio --dobra de duas
camadas de pele e mucosa que cobre a glande do pênis. O procedimento não é
obrigatório, mas se faz necessário em algumas situações, como quando o homem
apresenta balanopostite (inflamação por fungo na região) e por motivos
religiosos (caso dos judeus). O urologista Moraes Júnior afirma que, como a
sensibilidade está na glande, retirar o prepúcio em nada a afeta. "Porém,
quando o procedimento é feito em um homem já adulto, é preciso paciência, pois
o lado psicológico pode fazer com que leve um tempo até que tudo volte ao
normal. Se alguma dificuldade persistir, procure um médico."
8 - Pênis
"quebra": o órgão não tem
osso, mas pode sofrer lesões nas cavidades cavernosas se for dobrado ou
envergado rapidamente. A forma mais comum de acontecer é durante a relação
sexual, quando a mulher está por cima. "Com a ereção, o pênis se torna
muito rígido e, se escapar durante o sexo, pode bater no períneo da mulher e
lesionar gravemente. Faz um barulho, o homem sente muita dor e a ruptura é
visível por causa da hemorragia, que o deixa com uma cor roxa escura",
afirma Sidney Glina, urologista do Einstein.
Os especialistas aconselham,
diante de um acidente como esse, procurar assistência médica imediatamente,
pois o ferimento não vai se curar sozinho e, muitas vezes, uma cirurgia é
necessária. "A sequela mais comum é a doença de Peyronie, que deixa o
pênis torto quando está ereto e impede a penetração. Nesses casos, é preciso
uma nova operação para corrigir", afirma Antônio de Moraes Júnior, da SBU.
O especialista diz que esse tipo de caso é diferente do pênis torto congênito,
que só é necessário reparar quando traz prejuízos para a vida sexual do
homem.
9 - Ereções
noturnas e orgasmo: o
urologista Sidney Glina afirma que os homens passam 20% do tempo de sono com o
pênis em ereção. "Podem ocorrer várias, mais precisamente durante o sono
REM (estágio no qual ocorrem os sonhos), e duram de 30 a 40 minutos cada
uma." Segundo o especialista, o homem só percebe a ereção quando desperta
no meio da noite com vontade de fazer xixi, por exemplo.
De acordo com Glina,
não é possível precisar o tempo médio de um orgasmo masculino, mas se estima
que sejam milésimos de segundos. "O orgasmo masculino é uma das coisas
mais pouco estudadas. O assunto não é muito explorado porque os homens não têm
tantas questões a respeito, como as mulheres, que nem sempre conseguem
atingi-lo."
10 - Sinais
de perigo e higiene: os homens
levam vantagem sobre as mulheres no que se refere a identificar problemas no
órgão sexual. Como o pênis é externo, qualquer mancha ou sinal de que há algo
errado é facilmente percebido. "Se não surgiu por algo que justifique alteração,
como uma masturbação mais intensa, o ideal é procurar um médico", afirma a
terapeuta sexual Maria Cristina Romualdo.
A falta de higiene da
área está associada a várias doenças, não como causa, mas como agente
facilitador. Por isso, lavar com água e sabonete toda a região genital e secar,
sem deixar umidade, ajuda na prevenção. "Para aqueles que têm prepúcio,
puxar a pele e expor a glande para lavar também é importante", fala Maria
Cristina.
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