FONTE: Yannik D´Elboux, Colaboração para o UOL, (mulher.uol.com.br).
"A masturbação é
importante para saber ter prazer, melhorar a autoestima e a saúde", afirma
o ginecologista Gustavo Maximiliano Dutra da Silva, professor de ginecologia e
medicina sexual da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP). A
opinião do especialista sobre a prática é compartilhada por outros tantos
profissionais de saúde, mas a despeito disso somente de 10% a 15% das
brasileiras têm como hábito ter prazer sozinhas.
Entre as que nunca se
masturbaram, a porcentagem é alta: de 35% a 40%, conforme a idade, sequer
experimentaram. Esses dados são da pesquisa sobre sexualidade "Mosaico
Brasil", de 2008, conduzida pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do
Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade), ligado à USP (Universidade de São
Paulo), que tem se dedicado a novos estudos acerca do tema. "Enquanto
os homens que não se masturbam no Brasil não passam de 3% a 4%, por outro lado,
é dez vezes maior a população de mulheres que nunca se masturbou", declara
Carmita.
Muitos são os fatores que ajudam a entender porque a masturbação feminina permanece como um terreno desconhecido para parte considerável da população, apesar da crescente liberdade sexual.
Historicamente, o sexo foi por muitos anos associado exclusivamente à reprodução, sobretudo para a mulher. "Sofremos os resquícios dessa repressão", diz Maria Claudia Lordello, coordenadora de psicologia do Projeto Afrodite do Ambulatório de Sexualidade Feminina, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Existe também a influência do amor e do romantismo no comportamento das mulheres. Muitas só conseguem vislumbrar a satisfação sexual a dois. "A sexualidade está totalmente restrita à relação com o parceiro", afirma Maria Claudia.
Muitos são os fatores que ajudam a entender porque a masturbação feminina permanece como um terreno desconhecido para parte considerável da população, apesar da crescente liberdade sexual.
Historicamente, o sexo foi por muitos anos associado exclusivamente à reprodução, sobretudo para a mulher. "Sofremos os resquícios dessa repressão", diz Maria Claudia Lordello, coordenadora de psicologia do Projeto Afrodite do Ambulatório de Sexualidade Feminina, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Existe também a influência do amor e do romantismo no comportamento das mulheres. Muitas só conseguem vislumbrar a satisfação sexual a dois. "A sexualidade está totalmente restrita à relação com o parceiro", afirma Maria Claudia.
É bom e faz bem.
A mulher que não se
masturba tem mais dificuldade de sentir prazer e chegar ao orgasmo. "Esse
é um dos fatores que faz com que as mulheres tenham algum tipo de disfunção
sexual", afirma Maria Claudia Lordello. Segundo a psicóloga, entre as
pacientes que procuraram atendimento no Projeto Afrodite em 2014, para tratar
algum problema sexual, 56,3% nunca se masturbaram.
Além dos benefícios para a vida sexual --como tornar mais fácil pedir ao parceiro o que funciona para estimulá-la--, Maria Claudia fala que a prática é essencial para despertar a atenção com os cuidados e a higiene da região íntima.
"Vemos muitas no dia a dia que não conhecem a anatomia da própria vagina, onde é o clitóris, por onde sai a urina, a menstruação", conta o ginecologista Gustavo Maximiliano.
Além dos benefícios para a vida sexual --como tornar mais fácil pedir ao parceiro o que funciona para estimulá-la--, Maria Claudia fala que a prática é essencial para despertar a atenção com os cuidados e a higiene da região íntima.
"Vemos muitas no dia a dia que não conhecem a anatomia da própria vagina, onde é o clitóris, por onde sai a urina, a menstruação", conta o ginecologista Gustavo Maximiliano.
Mais estímulo na rede.
Apesar das dificuldades
que ainda existem, o tabu e a falta de conhecimento sobre a masturbação
feminina vêm diminuindo, inclusive por influência da internet e de iniciativas
cada vez mais frequentes que valorizam o prazer da mulher.
Na rede, já é possível encontrar conteúdos que mostram o prazer feminino
solitário por outros ângulos, além daqueles usualmente produzidos para agradar
ao público masculino.
O site australiano de conteúdo adulto I Feel Myself, por exemplo, convida mulheres comuns a se masturbarem em frente às câmeras. A única exigência, explica Richard Lawrence, criador da plataforma que existe desde 2006, é que elas tenham um orgasmo como experimentam em casa.
Lawrence diz que a proposta do site consiste em mostrar a masturbação feminina de uma maneira natural, diferente do que se costuma ver no pornô voltado para a audiência masculina.
O site australiano de conteúdo adulto I Feel Myself, por exemplo, convida mulheres comuns a se masturbarem em frente às câmeras. A única exigência, explica Richard Lawrence, criador da plataforma que existe desde 2006, é que elas tenham um orgasmo como experimentam em casa.
Lawrence diz que a proposta do site consiste em mostrar a masturbação feminina de uma maneira natural, diferente do que se costuma ver no pornô voltado para a audiência masculina.
Segundo ele, 90% das participantes,
que recebem pagamento pelo material, estão fazendo isso em vídeo pela primeira
vez.
O australiano conta que as mulheres
que veem o site gostam de descobrir que outras compartilham experiências
semelhantes às suas. "E elas aprendem novas formas de se dar prazer",
diz.
A valorização da sexualidade feminina também é o foco do trabalho da fotógrafa Alle Manzano, de São Paulo. No ano passado, ela lançou a exposição "Lendo-me", com imagens de 15 mulheres nuas, em momentos de intimidade, e poemas de Fábio Chap. "A intenção é fazer com que as mulheres se amem e se explorem. Elas têm de se conhecer primeiro para depois se renderem a alguém", fala.
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