FONTE: Rayllanna Lima, TRIBUNA DA BAHIA.
Com a vitrificação, técnica que começou a ser
adotada no País recentemente, o congelamento é muito rápido, durando cerca de
um segundo.
Tendo em vista o
grande número de inférteis no Brasil, especialistas desenvolveram uma nova
técnica: a vitrificação. O congelamento de óvulos, sêmen e embriões não é
nenhuma novidade. No entanto, até então, o congelamento era lento, demorando de
120 a 180 minutos para ser realizado, comprometendo a eficácia no processo. Já
com a vitrificação, técnica que começou a ser adotada no País recentemente, o
congelamento é muito rápido, durando cerca de um segundo.
Estima-se que existam
aproximadamente 250 mil casais inférteis no Brasil. Para reduzir estes casos, o
ginecologista especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dr. Renato de
Oliveira, garante que a vitrificação é a técnica mais moderna de congelamento
de oócitos (gameta feminino), espermatozoide e embriões.
“Técnica de
congelamento que possui maior segurança na preservação, inclusive no
descongelamento para posterior uso. Como os oócitos são estruturas sensíveis ao
processo de congelamento e descongelamento, esta rápida técnica protege sua
estrutura e composição, predominantemente formada por água, diminuindo a chance
de dano às estruturas do gameta”, explicou.
Trocando em miúdos,
antes, o óvulo congelado quase sempre era perdido no processo devido à formação
de cristais de gelo no seu interior. Sendo assim, a técnica lenta era inviável.
Com a inovação por meio do advento da vitrificação, a formação de cristais de
gelo foi impedida, haja vista que o congelamento é extremamente rápido. Os
resultados estão sendo bastante satisfatórios, e o índice de sobrevivência ao
processo já está acima de 95%.
A nova técnica, além
de ser indicada para mulheres que planejam engravidar tardiamente por fatores
sociais e pessoas, também pode ser realizada por mulheres diagnosticadas com
câncer e que tenham que passar por quimioterapia e/ou radioterapia –
tratamentos que costumam comprometer a fertilidade feminina.
“Nesses casos, a preservação
da fertilidade é fundamental para pacientes jovens que, após superarem a luta
com o câncer, têm o direito de constituírem uma família. Mulheres com histórico
familiar ou diagnóstico de insuficiência ovariana precoce, antigamente
denominada menopausa precoce, ou que tenham que ser submetidas a cirurgias que
possam comprometer a função ovariana – como a de endometriose –, também devem
receber o aconselhamento sobre a possibilidade de congelar seus gametas”,
destacou o ginecologista.
Ainda de acordo com
Oliveira, o ideal, no caso das mulheres, é que o congelamento seja feito até os
35 anos para que seja possível obter um melhor resultado. “Se a mulher tem mais
de 35 anos e não pensa em ter filhos nos próximos anos, é essencial que
converse com seu médico para avaliar a possibilidade de criopreservação”,
aconselhou.
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