FONTE: Paula Moura, Colaboração para o UOL, (noticias.uol.com.br).
Uma vacina capaz de
interromper o ciclo do vírus da dengue no próprio mosquito está mais próxima da
realidade após cientistas terem identificado um gene que é o provável causador
da infecção nas pessoas.
De acordo com
cientistas da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, a possível
vacina contra a dengue seria aplicada em pessoas que já têm a doença (até
porque seria difícil aplicá-la no mosquito).
Para entender o
resultado da pesquisa, é preciso lembrar como se dá a infecção por dengue.
Quando o mosquito aedes aegypti pica uma pessoa infectada, ele carrega o vírus
e pode transmití-lo a outras pessoas que ele picar (durante sua longa vida de
cerca de 30 dias).
O que Tonya Colpitts,
Michael Conway e seus colegas descobriram foi um gene do mosquito, batizado de
CRVP379, que é o responsável pelo início da infecção ao enviar ordens para a
produção de uma proteína venenosa para os humanos.
Assim, quando os
mosquitos picarem novamente uma pessoa já infectada pela dengue (e vacinada),
eles vão receber os anticorpos da vacina que são capazes de reconhecer a
CRVP379 e combatê-la. Assim, seria possível criar uma vacina para que humanos
com dengue, ao serem picados, não ajudem a espalhar a doença. Parece muito
específico, mas imagine se as cerca de 1,4 milhão de pessoas infectadas pelo
vírus da dengue neste ano no Brasil tivessem tomado essa vacina. O número de
infecções cairia muito.
Os cientistas
acrescentam que a proteína encontrada por eles não têm similaridades com
proteínas humanas e isso seria uma vantagem por evitar reações autoimunes
indesejadas potenciais de uma vacina com proteína parecida com a humana. Além
disso, ela pode ser útil também para bloquear a transmissão de outros vírus
pelo mesmo mosquito como a febre amarela e a febre do Oeste do Nilo.
Eles também
conseguiram detectar anticorpos contra o CRVP379 em amostras de sangue humano,
demonstrando que a proteína é capaz de ocasionar uma resposta imune nas pessoas
- outro dado a favor para o desenvolvimento de uma vacina.
O estudo foi
publicado na quinta-feira (22) na revista científica PLOS Pathogens. Se quiser
lê-lo (em inglês), clique aqui
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