FONTE: Tatiana Pronin, Do UOL, em São Paulo (SP)
(noticias.uol.com.br).
Em geral, ficamos com
marcas roxas, ou hematomas, depois de sofrer algum tipo de trauma, como uma
pancada, que faz alguns vasos se romperem e o sangue vazar para o tecido mole
que existe embaixo da pele. Isso também é comum após a coleta de sangue, quando
um pouco do líquido sai para fora pelo pequeno furo feito pela agulha na veia.
Mas por que a mancha
fica roxa, se o sangue é vermelho? De fato, a hemoglobina é uma proteína que
confere essa cor ao sangue. Enquanto corre em direção aos órgãos, cheio de
oxigênio para alimentá-los, o sangue é vermelho vivo. Já quando volta, sem o
alimento vital, ele fica mais escuro. É por isso que as veias do seu pulso
parecem azuladas.
Quem é desastrado e
está sempre esbarrando pelos móveis da casa sabe que um hematoma pode ser um
verdadeiro arco-íris. Inicialmente a mancha fica vermelha e, logo depois, roxa
(podendo ser chamada também de equimose). Depois de alguns dias ou semanas,
conforme o organismo consegue ir reabsorvendo o sangue que ficou parado ali, o
hematoma ganha um tom amarelado e esverdeado até sumir. Dependendo do tamanho e
do local da lesão, o roxo também pode descer, com a ação da gravidade.
Além da típica
mudança de cor na pele, os hematomas costumam provocar dor. É que, quando as
células vermelhas do sangue são liberadas na lesão, emitem um sinal para o
corpo enviar células brancas para o local, que são como paramédicos e geram
substâncias que provocam inflamação.
Idosos e crianças são
mais propensos a ter roxos porque têm vasos mais finos e delicados. Quem faz
uso de medicamentos anticoagulantes também tem uma tendência maior a
sangramentos, e por isso costuma ter mais hematomas.
Casais entusiasmados
também podem adquirir hematomas com alguma frequência, especialmente no
pescoço, o que costuma gerar constrangimento. E quando o trauma ocorre na
região dos olhos, uma área bastante sensível e com a pele mais frouxa, o
aspecto pode ficar bem desagradável.
"É preciso
mencionar que isso não acontece só na pele; você pode ferir um osso, o fígado
ou mesmo o cérebro. O mecanismo é o mesmo - um trauma faz o sangue vazar para o
tecido de um desses órgãos, mas nesses casos o problema pode ser mais
sério", explica o pediatra norte-americano Rob Lamberts. Dependendo do
local onde estão, os hematomas ganham nomes específicos, como por exemplo
"epidural" (entre o revestimento externo do cérebro e o crânio).
Quando se
preocupar?
Todo mundo tem um ou
outro hematoma subcutâneo de vez em quando. Em geral, aplicar gelo ou compressa
fria logo após o trauma pode ajudar. Cremes ou pomadas específicos podem ser
usados para acelerar um pouco o processo de reabsorção, mas só devem ser usados
com orientação médica.
Já em caso de
pancadas mais fortes, ou se o hematoma acompanhar febre ou mal-estar, vale a
pena consultar um médico para checar se a lesão não atingiu algum órgão
interno. Ou, pelo menos, pegar uma receita de remédio para aliviar a dor. É
importante evitar a expor as marcas roxas ao sol, para minimizar o risco de
manchas na pele.
Também é fundamental
marcar uma consulta se os hematomas aparecerem com frequência e sem motivo
aparente, como alerta a hematologista Christiane Gouvea, do Fleury Medicina e
Saúde. "Os hematomas não relacionados a lesões, ou em locais em que não
costumamos nos machucar, como as costas ou a barriga, podem indicar problemas
de coagulação do sangue (doenças hemorrágicas como hemofilia ou problemas
plaquetários)", explica a médica, referindo-se a alterações na quantidade
de plaquetas (trombócitos) do sangue - células formadas na medula óssea - que
podem ter como origem uma série de doenças.
"Nesses casos, a
pessoa deve procurar um clínico geral ou um hematologista para fazer exames e
investigar a causa dos hematomas. E nunca, em hipótese alguma, deve se
automedicar, pois isso pode piorar o sangramento e gerar hemorragia em outros
órgãos", completa a especialista.
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