FONTE: Priscila Natividade ( ), CORREIO DA BAHIA.
Produtos não têm eficácia reconhecida pela Anvisa e
podem, em alguns casos, provocar alguma reação na pele.
Quem não tem repelente, dá o seu jeito para afastar o
mosquito Aedes aegypti. A farmacêutica Cinara Vasconcelos explica que há
essências naturais que repelem os mosquitos e podem ser utilizadas como
alternativas. “O odor de substâncias presentes no cravo, na citronela e no neem
afastam naturalmente os mosquitos e ajudam bastante a evitar a presença destes
insetos”, ressalta.
No entanto, a farmacêutica chama
atenção de que estes produtos caseiros não têm eficácia reconhecida pela
Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) e podem, em alguns casos, provocar
alguma reação na pele. “É preciso ter cuidado ao utilizar estas receitas
caseiras, que assim como os repelentes industrializados podem causar reações
alérgicas”.
Uma receita simples é misturar 100 gotas de óleo
essencial - seja de cravo, citronela ou neem - em 100 ml de óleo corporal. “A
eficácia da mistura é menor quando comparada aos produtos vendidos nas
farmácias, o que vai exigir aplicações no intervalo de uma em uma hora”.
É possível também fazer um desorizador
de ambiente, como ensina Cinara. “É só misturar o óleo essencial com álcool em
um spray e borrifar no ambiente”.
Proteste avalia eficácia das marcas de
repelentes mais procuradas.
Tem muito repelente que não está
protegendo o que promete. É o que aponta o levantamento feito pela Proteste
Associação de Consumidores que avaliou cinco marcas dos repelentes mais
vendidos nas principais capitais do país, entre elas Salvador.
O estudo mostrou que o tempo de proteção contra insetos - sobretudo o temido
Aedes aegypti - é muito menor do que a informação vendida na embalagem. “Todos
funcionam, mas realmente existe esta diferença de tempo, que vai exigir do
consumidor mais aplicações do produto por dia”, explica a técnica da Proteste,
Bárbara Guerra.
Entre os replentes mais
procurados, o Exposís do Laboratório Osler, que garante uma proteção por 10
horas quando exposto ao teste, mostrou que a proteção contra o mosquito só dura
2h45. O Off Family Spray fabricado pela SC Johnson e o Moskitoff da Farmax garantem
2h de proteção, conforme informações da embalagem. No teste, apenas 1h30.
O Super Repelex Family Care da
Reckitt Benckiser promete proteção de até 6h. Porém, ele foi eficaz por 1h45. O
produto Xô Inseto produzido pela Nutracom resistiu à primeira picada apenas
1h20. Na embalagem, diz que dura até 2h.
Segundo a técnica da Proteste, as
empresas em questão não criticaram a metodologia da pesquisa, mas afirmaram à
Associação que todos os produtos foram aprovados pela Agência nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão dentro das normas estabelecidas pelo
órgão.
“Sempre que o consumidor se
sentir lesado por algum motivo ele tem o direito de reclamar na Central de
Atendimento do fabricante ou no Site da Anvisa”, orienta.
Anvisa pede que consumidor denuncie falhas de repelentes.
Os consumidores que constatarem a
ineficácia do repelente que foi adquirido devem fazer uma denúncia na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Caso você perceba sinais claros
de picada de mosquito tais como inchaço, coceira ou mancha avermelhada na pele
antes do fim da proteção descrita no rótulo, o repelente pode ter falhado”,
afirmou a agência reguladora em nota.
O registro pode ser feito na
Central de Atendimento da agência pelo número 0800 642 9782 ou no site www.anvisa.gov.br/institucional/faleconosco/FaleConosco.asp.
A agência reguladora também pede que o consumidor denuncie situações
inesperadas, como irritação de pele ou qualquer outro tipo de reação estranha,
por exemplo.
Os repelentes têm sido usados
contra o Aedes aegypti, vetor dos vírus dengue, chikungunya e Zika,
principalmente depois da descoberta que o vírus Zika, ao infectar gestantes,
pode provocar microcefalia na criança.
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