quarta-feira, 6 de julho de 2016

DOR OU DESCONFORTO NA MENSTRUAÇÃO E NA RELAÇÃO SEXUAL É SINAL DE ENDOMETRIOSE...

FONTE: julianateofilo em Bem-Estar, (tribunadoceara.uol.com.br).


O uso de pílulas anticoncepcionais, a falta de centros especializados e os custos elevados para a realização de exames dificultam o diagnóstico.

A endometriose é uma doença extremamente dolorosa, que atinge cerca de 176 milhões de mulheres em idade reprodutiva por todo o globo, representando 10% da população mundial. No Brasil, os números são surpreendentes e preocupantes, já que a endometriose atinge cerca de 6 milhões de mulheres.

Em termos simples, a endometriose é quando o tecido de revestimento do útero, o endométrio – aquele que descama todo mês e causa a menstruação -, está presente em outras parte do corpo, como a região pélvica, abdômen, ovários, bexiga ou intestinos. A disfunção causa dores profundas e extremo desconforto às mulheres.

É comum que inicialmente as pacientes apresentam dor na menstruação e dor ou desconforto na relação sexual. E é justamente aí que mora o perigo: esses sintomas são, muitas vezes, menosprezados por serem considerados “normais” ou parte da rotina feminina, conforme explica o ginecologista fundador e coordenador do Núcleo de Endometriose do Ceará (NEC) e membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e cirurgia ginecológica minimamente invasiva, Sidney Pearce Furtado.

“Creio que dois motivos são preponderantes para o atraso do diagnostico, que pode chegar a 10 anos mesmo em grandes centros. Primeiro a crença que dor na menstruação e na relação sexual são normais, fazendo a paciente procurar ajuda especializada após anos de queixas, e segundo a sintomatologia inicialmente fugaz e cíclica que confunde médicos e pacientes”.

Outros fatores que dificultam o diagnostico é o uso de pílulas anticoncepcionais, a falta de centros especializados e os custos elevados para a realização de exames de imagem.

A infertilidade é um dos principais sintomas da doença e estima-se que 50% das mulheres inférteis sofram de endometriose. “Estas pacientes podem optar por técnicas de reprodução assistida com ou sem o auxílio da retirada dos focos. O melhor resultado fica sempre para as pacientes jovens com diagnostico precoce”, explica Pearce.

E as mulheres que têm histórico da doença na família devem ficar atentas. Isso porque a endometriose tem predisposição genética muito bem documentada, e a incidência aumenta para 30% nas filhas e irmãs de portadoras da doença.

Tratamentos.
Segundo Sidney Pearce, o tratamento clínico é o mais realizado e as cirurgias são reservadas para pacientes com endometriose profunda que não respondem a tratamento clínico e nem a técnicas de reprodução assistida.

Em casos avançados de endometriose, é comum as pacientes apresentarem cistos ovarianos. Esses geralmente são tratados com cirurgia laparoscópica, com exceção dos cisto ovarianos muito pequenos.


No que concerne ao estilo de vida, Pearce é categórico. “O essencial é ter uma vida saudável: dormir bem, ter uma alimentação natural, diminuir estresses e praticar atividade física regular”. Com relação à dieta, o ginecologista destaca que poluentes, agrotóxicos e dietas ricas em gordura pró inflamatória estão relacionados a quadros mais severos e, portanto, devem ser evitados

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