FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Muitas podem ser as causas da perda involuntária
de urina. Entre elas, há fatores genéticos, obesidade, gravidez, pós-parto,
cirurgias e traumas.
Uma
pesquisa feita por profissionais do Ambulatório de Disfunção Miccional do
Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra que
mulheres com incontinência urinária têm a vida sexual e a qualidade de vida
mais afetada do que as que têm controle da urina. Cerca de 15% a 30% da
população acima de 60 anos apresentam algum grau de incontinência e as mulheres
têm probabilidade até duas vezes maior de apresentar o problema.
Para a
pesquisa, foram analisadas 356 mulheres (243 incontinentes e 113 continentes),
com idades que variaram entre 30 e 80 anos, por meio de questionários e exames
na bexiga e a constatação foi a de que 53% das que sofriam de perda
involuntária da urina também apresentavam disfunção sexual e 10% delas classificavam
como ruim a qualidade de vida. No grupo de mulheres sem o problema, esses
índices ficaram em 29% e 3,9%.
“Mulheres
com incontinência urinária têm risco aumentado de ter impacto grande na
qualidade de vida sexual desistindo de ter atividade e as que ainda têm
relações têm menor satisfação porque algumas perdem urina na hora da relação.
Isso leva a constrangimentos e faz com que elas evitem o sexo por vergonha. A
maioria não perde urina na relação, mas o simples fato da incontinência existir
faz com que ela prefira evitar contato com o parceiro”, disse o coordenador do
ambulatório e orientador da pesquisa, Fernando Almeida.
Sexualidade.
O
estudo avaliou vários pontos relativos à sexualidade como o desejo e a
satisfação sexual, o conforto e a sintonia com o parceiro. “Em todos os
parâmetros estudados em ambos os grupos, os resultados foram piores nas
mulheres com incontinência. Principalmente porque, em 49% delas, há perda de
urina durante a relação sexual, o que atrapalha não apenas o desejo como também
o orgasmo”, disse.
Muitas
podem ser as causas da perda involuntária de urina. Entre elas, há fatores
genéticos, obesidade, gravidez, pós-parto, cirurgias e traumas na região
pélvica e problemas de bexiga hiperativa. "Mas, a mais comum ainda é a
decorrente de esforço. Nessa condição, o vazamento de urina ocorre devido a
qualquer atividade que force o abdômen, de um simples espirro a uma leve
atividade física”.
A
incontinência urinária afeta mulheres de todas as idades e por esforço começa a
partir dos 40 anos. Muitas mulheres não procuram tratamento por vergonha ou por
achar que isso é comum à idade e quanto mais tempo passa, mais fácil escapar a
urina. “O tratamento pode ser feito com exercícios para fortalecer os músculos
do canal da urina ou com cirurgia minimamente invasiva na qual se coloca uma
tela abaixo do canal e, assim, se segura a urina”.
A
proposta da pesquisa é alertar as mulheres a procurar atendimento assim que
notarem os sintomas, porque a incontinência urinária é um problema lento e progressivo.
“Por isso, as pessoas postergam o tratamento e vão se adaptando ao problema e
mudando os hábitos, incluindo a atividade sexual. Queremos alertar que a
incontinência tem um impacto na vida e um deles é na sexualidade. A pessoa se
afasta de quase todas as coisas da vida por causa da incontinência”.
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