sábado, 29 de abril de 2017

"FUI TRAÍDA VÁRIAS VEZES, PERDOEI E ME SEPAREI POR OUTRO MOTIVO"...

FONTE: Thais Carvalho Diniz, Do UOL (http://estilo.uol.com.br).


A fidelidade é vista por muita gente como essencial para um relacionamento saudável. Entretanto, para outros, nem sempre viver com alguém infiel é um problema, desde que isso esteja no acordo da relação. E para você, é possível perdoar uma traição?

A seguir, conheça a história de Sara*, 38 anos. Ela ficou casada com o pai de suas duas filhas por quase dez anos --estão separados há sete-- e viveu inúmeros episódios de infidelidade. Mas para a empresária, esse não foi o motivo que a levou à decisão da separação. No relato abaixo, ela conta como lidou e conseguiu superar esse relacionamento.

*O nome foi trocado para preservar a identidade da entrevistada.

Primeiro amor.
"Nos conhecemos na escola, quando eu tinha 13 anos. Ele era ex-aluno, nove anos mais velho do que eu. Quando o conheci, sabia que me casaria com ele. Sempre rolou alguma coisa entre nós, mas começamos a namorar mesmo em 1998, quanto eu estava com 19.

A primeira traição aconteceu durante o namoro e cheguei até a pegar um vídeo dele com outra mulher. Mas tenho a cabeça bem tranquila em relação a isso e não acho que sexo eventual seja tão grave. Às vezes acontece e todos sabemos que o tesão é algo difícil de controlar. Não acho totalmente impossível que eu mesma caia em tentação e isso não significa que eu não ame ou respeite meu parceiro.

O casamento.
Quatro anos depois, nos casamos. Quando nossa primeira filha ainda era bebê e eu estava vivendo um sonho, descobri a primeira amante fixa. Foi um golpe muito grande. Perdoei de novo porque não conseguia imaginar minha vida sem ele, era boba. E também porque não sabia o que fazer, não tinha plano B.

A infidelidade por sexo, como já disse, eu perdoei fácil. Mas relacionamentos, telefonemas de madrugada, mulheres que me perseguiam para contar 'verdades' e amigos com vergonha de contar que o viram com outra em tal lugar, isso era abominável.

Vejo os relacionamentos como acordos; existem opções e ninguém deveria se sentir forçado a manter a monogamia. São escolhas, feitas a dois, e devem ser respeitadas. Por isso, quando descobri a segunda amante fixa, quando a minha filha mais velha tinha 7 anos e a pequena 1, cheguei a sugerir abrir o relacionamento, achava mais justo, mas ele não topou. E continuava negando, dizendo que mudaria, mas, lógico, nada mudou.

Fui ficando exausta. Mentiras, viagens falsas, mensagens mandadas por engano e nudes encontrados no computador.... Isso cansa e não pode ser amor. Amor é outra coisa. Sabe quando você percebe que é mais feliz quando a outra pessoa simplesmente não está por perto?

A decisão de se separar.
A segunda amante, instintivamente, eu já sabia da existência havia pelo menos seis meses. Mas tinha decidido aceitar quem ele era desde a primeira traição. No final, a infidelidade não foi mesmo o motivo da separação. Eu cansei de várias coisas. Coloquei na balança e já não fazia mais sentido. Ele era infantil e inseguro e isso me atormentava mais do que as traições --nunca tive muita paciência para 'D.R'. Fiquei com ele enquanto estava feliz.

Perdoo, perdoei e perdoaria de novo. Eu precisava viver isso, mas, passou! A gente acha que faz tudo por quem ama e, na verdade, acho que é muita falta de amor próprio.

Reencontro consigo mesma.
Não tenho arrependimentos, esse relacionamento me deu minhas filhas. Entretanto, ainda hoje pago o preço por ter abandonado minha vida e me perdido de mim mesma. Mas consegui me reencontrar e foi sensacional.

Ficar solteira aos 32 anos foi incrível. Outra noção de amor e sexo. Amores eternos de uma noite só. Vivi aos 30 o que as pessoas vivem, normalmente, aos 20. Só que com maturidade de me aceitar e saber o que eu quero ou não.

Novo relacionamento.
Nos separamos há sete anos. Aproveitei os primeiros três como se não houvesse amanhã. Há quase quatro comecei a namorar, mas ele é parceiro, de vida e de balada. Somos namorados, quero ser namorada. Preservo muito nossa individualidade --e ele também. Até porque, como tenho minhas filhas, tudo é mais complicado. Prefiro preservar assim.

Mas ele convive com elas, se dão superbem. O ex também se dá bem com as meninas, mas comigo, não. Eu tentei um bom relacionamento e não deu. Aceitei que faz parte e que não tem outro jeito. O importante é que passou e hoje sou feliz!"


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