Quando
se procura um salão de beleza, é comum levar em consideração alguns fatores
como proximidade, qualidade dos serviços, preço e habilidade dos profissionais.
Até aí, tudo bem. Mas existe um fator muito importante que muitas vezes pode
ficar de fora: a higiene.
Claro
que existem casos em que as irregularidades ficam escancaradas, como quando os
instrumentos da manicure estão enferrujados ou quando o chão do salão está
lotado de cabelos e ninguém limpa. No entanto, algumas sutilezas podem passar
despercebidas. E é justamente nessas ocasiões que pode acontecer uma alergia ou
mesmo contato com algum instrumento que não foi higienizado corretamente.
Para
que sua experiência no salão de beleza não vire um momento desagradável, veja a
seguir quais aspectos você precisa prestar atenção.
Materiais químicos.
Se
você for fazer um procedimento químico no cabelo, é muito importante perguntar
ao cabeleireiro quais são os produtos que ele irá utilizar. Isso porque existem
alguns itens que podem causar danos - muitas vezes irreversíveis - à estrutura
do fio.
"O
mais indicado é que seja feito um teste de mecha, pois, dessa forma, é possível
saber se existe risco de manifestação alérgica no cliente", explica o
presidente da Associação Brasileira de Salões de Beleza, José Augusto Santos. O
teste de mecha é bem simples: basta pegar um pedaço do cabelo, aplicar um pouco
do produto e ver como ele se comporta nos próximos minutos.
Além
disso, é importante também pedir ao cabeleireiro que mostre o rótulo dos
produtos que irá usar. Alguns produtos são altamente prejudiciais à saúde. Um
deles é o formol, que pode causar irritações na pele, olhos e nariz,
queimaduras, alergias respiratórias e, quando inalado, pode até causar câncer.
Um
dos procedimentos que mais causam preocupação com o uso do formol é o alisamento
de cabelo. De acordo com a Anvisa, o formol é proibido como alisante porque o
uso dessa substância só é seguro se usado em baixa quantidade, mas alguns
estabelecimentos acabam usando doses concentradas do produto.
Pentes e escovas de cabelo.
Mesmo
quem vai apenas cortar ou escovar os cabelos precisa se atentar à qualidade dos
materiais utilizados. Segundo o dermatologista Valter Claudino, escovas e
pentes que não foram adequadamente higienizados podem transmitir fungos.. Por
isso, se você perceber que os objetos usados pelo cabeleireiro estão com muitos
cabelos, é importante pedir para trocar.
Toalhas.
As
toalhas usadas no momento da lavagem e do corte também podem transmitir doenças
como micoses e dermatites. Por isso é importante que estejam sempre limpas. Se
perceber que já foram usadas por outras pessoas, solicite ao profissional que
faça a substituição imediatamente.
Esterilização.
De
acordo com a infectologista Ana Cristina Garcia Ferreira, na hora de fazer as
unhas dos pés e mãos, são usados alguns instrumentos que, se não forem
esterilizados de forma correta, podem transmitir doenças como hepatite B e C,
doenças causadas por fungos e alergias. Sendo assim, é importante ficar de olho
na higienização dos objetos usados pela profissional
O
equipamento utilizado para fazer a esterilização dos objetos é a autoclave.
Santos explica que os instrumentos são colocados dentro de um saquinho de
esterilização e lacrados para a realização do procedimento de higienização.
Utensílios como alicates, pinças e cortadores devem passar por esse processo de
purificação.
"Quando
os instrumentos são esterilizados, a embalagem fica com um aspecto mais marrom.
Quem quiser se certificar que os instrumentos que serão utilizados estão
devidamente higienizados, pode pedir para dar uma olhada na embalagem",
alerta Santos.
Itens descartáveis.
Enquanto
alguns itens precisam ser esterilizados, outros precisam ser substituídos. É o
caso das lixas de unhas de pés e unhas, palitos de madeira e o plástico que
forra a bacia do escalda pés. Isso porque eles também podem transmitir fungos e
bactérias.
Kit
próprio
Uma
dica é levar o próprio kit no momento de fazer as unhas. Essa atitude ajuda a
prevenir contaminação por objetos mal higienizados.
Na
depilação.
Na
hora de fazer depilação também é importante ficar de olho nos procedimentos de
higiene do salão. Primeiramente, é importante que o forro da mesa seja
substituído. É importante que a profissional faça isso sempre que uma cliente
nova chegar. Além disso, é importante prestar atenção à cera utilizada para
fazer a depilação.
"É
fundamental usar ceras que tenham sido adquiridas no mercado e nunca feitas a
partir de métodos caseiros", ressalta Santos.
Ele
conta que é importante também prestar atenção no lixo ao qual a cera é
despejada. ?Se houver um lixo específico para a cera, pode ser que o salão faça
isso para reaproveitar o material depois. Isso é errado. Não há necessidade de
a cera ser jogada em um lixo diferente. Se isso acontecer, é importante
questionar o profissional?, alerta Santos.
Na
maquiagem.
Quando
for fazer maquiagem no salão de beleza, é importante checar com o profissional
a procedência dos produtos utilizados. É importante que sejam de marcas
certificadas pela Anvisa. Da mesma forma, é válido questionar o profissional
sobre a higiene dos pincéis e maquiagens. Isso porque esses itens podem
transmitir fungos se não forem higienizados adequadamente.
A
principal preocupação tem que ser com as maquiagens que serão usadas nos olhos
e na boca. No caso dos olhos, o lápis de olho merece atenção. Uma dica é pedir
ao maquiador para apontar o lápis de olho no momento de maquiar. Isso ajuda a
descartar possíveis fungos que estejam na superfície do objeto.
É
importante prestar atenção na forma como o profissional aplica o batom. O ideal
é seja passado um pano como forma de eliminar possíveis fungos na superfície do
produto. Além disso, o batom não deve ser aplicado diretamente na boca e, sim,
em um pincel. Também vale a pena se atentar ao pincel que é usado. Uma forma de
evitar possíveis problemas seria levar o próprio pincel de casa.
Certificação.
Certifique-se
que o estabelecimento possui certificação da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). De acordo com Santos, ter um certificado da ABNT mostra que o
estabelecimento cumpre procedimentos de boas práticas e segurança tanto para os
funcionários quanto para os clientes.
Por
último, é válido saber se o estabelecimento conta também com certificação da
Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). As normas do órgão também propõem
boas práticas em relação à segurança de funcionários e clientes, bem como
fiscalização em relação à procedência dos produtos utilizados no salão.
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