FONTE: *** Jairo Bouer (http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Você está com o
coração partido porque acabou de sair de um relacionamento? Faça algo que você
acredita ser útil para aliviar sua dor emocional. Qualquer coisa. De acordo com
uma pesquisa recém-publicada, o efeito placebo pode influenciar regiões
cerebrais associadas à regulação emocional e, como consequência, diminuir a
percepção do sofrimento.
Rompimentos amorosos
costumam ser experiências extremamente dolorosas, e funcionam como gatilho para
problemas psicológicos e até suicídio. Segundo os autores do estudo, da
Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, esse tipo de sofrimento
está associado a um risco 20 vezes maior de depressão.
Como há evidências de
resultados positivos do placebo para diversas doenças físicas, a equipe decidiu
avaliar se a crença em algo que pudesse ajudar a superar um rompimento teria
efeito também. Para isso, os pesquisadores selecionaram 40 voluntários que
tinham sido rejeitados pelos parceiros até seis meses antes da abordagem.
Os participantes
foram convidados a ir ao laboratório levando a foto do ex, ou da ex, e também a
de um amigo do mesmo sexo. Enquanto passavam por um exame de ressonância
magnética funcional, les tinham que olhar a foto e contar como tinha sido a
separação. Em seguida, tinham que olhar a foto do amigo. Por último, ainda
foram submetidos a um estímulo doloroso, um toque quente no antebraço. Em todos
os casos, eles tinham que dizer como se sentiam, numa escala de 1 (muito mal) a
5 (muito bem).
A primeira
constatação do estudo é que as regiões do cérebro ativadas pela dor física e
pela emocional foram as mesmas. Ou seja: levar um fora causa uma dor real.
Em seguida, todos foram
convidados a usar um spray nasal. Para metade do grupo, os pesquisadores
disseram que era apenas uma solução salina. Já a outra metade ouviu que aquilo
era um analgésico poderoso para combater dores emocionais.
De volta à
ressonância, os participantes voltaram a ver as fotos dos ex e, de novo, foram
submetidos ao estímulo doloroso no braço. O grupo que recebeu o suposto
analgésico não apenas sentiu menos dor física, como se sentiu melhor
emocionalmente, e a resposta do cérebro se modificou. As áreas envolvidas na
modulação de emoções e de substâncias ligadas ao bem-estar tiveram atividade
aumentada, enquanto a área associada à dor ficou mais fraca.
O estudo foi
financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental norte-americano, com apoio
adicional da Fundação Nacional de Ciência, na Suíça, e os resultados foram
publicados no Journal of Neuroscience.
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