FONTE: *** Jairo Bouer (http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
O nível de satisfação com o
relacionamento e de suporte social que uma mulher recebe pode interferir na chance
de seu filho sofrer mais ou menos de cólicas, segundo pesquisadores
norte-americanos. Eles encontraram uma associação significativa entre esse
incômodo, comum nos primeiros meses de vida, e o estado emocional das mães, em
especial as de primeira viagem.
A equipe, da Faculdade de Medicina
Penn State, avaliou dados de 3.000 mulheres, de 18 a 35 anos, que tiveram
filhos em 78 maternidades da Pensilvânia. Fatores como felicidade no
relacionamento, nível de ajuda do parceiro e de outras pessoas foram analisados
durante a gestação e um mês após o parto. O trabalho foi financiado pelos
Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.
Uma parcela de 11,6% das mães
entrevistadas relataram que seus bebês tinham cólicas, o que foi definido na
pesquisa como choro e agitação por no mínimo três horas ao dia.
Quanto maior era a ansiedade das mães
e menor o apoio que elas tinham da sociedade, maior era a propensão a ter
filhos com o incômodo. A relação foi encontrada inclusive em mulheres que
sofriam de depressão pós-parto ou que não estavam vivendo junto com os pais
biológicos dos filhos. As conclusões foram publicadas no periódico Child:
Care, Health and Development.
Para os autores do estudo, liderado
pelo gastroenterologista pediátrico Chandran Alexander, é provável que os bebês
chorem menos quando o pai e a mãe estão felizes. Mas também é possível que mães
mais satisfeitas encarem os choros frequentes dos filhos como algo natural, e
acabem não reclamando tanto da cólica.
Os pesquisadores também observaram
que mães solteiras tiveram uma leve tendência a relatar menos o problema, e
eles acreditam que isso se deve ao fato de muitas delas terem contado com mais
apoio da família e dos amigos, justamente por não terem parceiro.
Outros trabalhos já haviam associado
o estado emocional das mães com a frequência de cólicas dos bebês, mas esse é
um tema que ainda precisa ser estudado melhor, já que muitas das estratégias
utilizadas para aliviar o incômodo dos bebês não têm comprovação. A própria
equipe planeja, agora, pesquisar se o bem-estar das mães também pode interferir
em outros problemas que são associados às cólicas, como distúrbios
gastrointestinais e alergias alimentares, à medida que as crianças envelhecem.
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