FONTE: Gabriela Guimarães e Marina Oliveira, Colaboração para o UOL (http://estilo.uol.com.br).
Uma facilitadora de questões sexuais, intimidade e
relacionamento. Assim se definem as sex coaches, profissionais que trabalham
para empoderar indivíduos – mulheres, na maior parte das vezes – em relação ao
próprio corpo e desejos.
“Cada pessoa é um universo de experiências que
precisa ser analisado individualmente. O que a cultura nos empurra pode não ser
a nossa verdade. Por isso, há tanto descontentamento na área sexual. O sex
coach ajuda a organizar essas informações e peneira o que realmente funciona
para aquela pessoa, para aquele casal”, explica a sex coach Tarciana Chuvas,
que trocou a área de turismo pela de sexualidade e, além de dar palestras sobre
o tema, faz atendimentos individuais.
O sex coach dá lições práticas sobre
sexo.
Diferentemente de um terapeuta ou psicólogo,
profissionais especialistas em sexualidade, o sex coach tem uma ação pontual,
ele está lá para pensar em soluções práticas que possam ajudar a resolver uma
queixa específica. “Pensamos juntas em um plano de ação para mudar o que
incomoda. Quando me procuram, as clientes já estão muito focadas: querem
esquentar o relacionamento de muitos anos, aprender algo para surpreender um
novo parceiro ou desenvolver uma técnica específica”, explica a sex coach Luciana
Keller, proprietária da boutique Constantine, em São Paulo, que comercializa
lingeries, brinquedos eróticos e também organiza cursos
.
Luciana é formada em psicologia e, durante duas
décadas, trabalhou na área de RH. A formação a permite enxergar quando um caso
deve ser tratado em consultório. “Eu não trato disfunções, traumas ou doenças
de fundo emocional. Quando percebo que se trata desse tipo de caso, já
encaminho para uma outra psicóloga”, diz a sex coach.
Mulheres comprometidas, na faixa etária dos 30 aos
50 anos, compõem a maior parte do público que procura essas profissionais.
Algumas levam os maridos ou companheiros para um atendimento conjunto,
posteriormente. “O que acontece é que o homem precisa acompanhar essa nova
mulher: mais exigente, confiante, segura e independente”, diz Tarciana.
Aula de sexo oral está entre as
mais pedidas.
Segundo Luciana, elas querem saber, na prática, como
“apimentar” a relação. E também aprender novas habilidades, de massagem, por
exemplo. “Saber como fazer sexo oral e anal também são pedidos comuns”, diz a
sex coach. Nesses casos, o atendimento funciona como uma aula particular, em
que a profissional vai detalhar cada técnica. “Eu utilizo projeção de imagem e
mostro a anatomia dos órgãos masculinos e femininos para ensinar, passo a
passo, o que fazer e quais são as áreas erógenas”, diz a profissional.
Há, ainda, clientes que buscam mudanças na vida sexual,
mas não sabem por onde começar. Com essas, é preciso um diálogo prévio para
descobrir quais são as reais insatisfações. “No geral, chegamos à conclusão que
todas querem a mesma coisa: liberdade. Seja para conquistar, gozar ou aprimorar
a relação. Elas querem se libertar daquilo que impede a sexualidade de fluir”,
diz a sex coach Julia Sanches, que também é psicóloga e realiza atendimentos
pelo site sexcoachbrasil.com.
A principal lição é a da
autoestima e confiança.
Cabe à profissional deduzir se o que a cliente pede
é realmente o que vai fazê-la mais feliz na cama. De acordo com as
especialistas, em boa parte dos casos, o que falta é autoconhecimento. "Eu
posso ensinar uma série de jogos e exercícios sexuais, além de técnicas para
atingir o orgasmo. Mas nada disso terá valor se ela não acreditar em si. É tudo
uma questão de segurança", diz Julia.
Tarciana concorda: “Não posso ensinar strip-tease a
uma mulher que não aceita o próprio corpo. É importante encontrar o tempo de
cada uma. Tem mulher que sai do curso e já pratica no mesmo dia. Outras, só
conseguem se permitir a experiência alguns anos depois". O coaching pode
ser de apenas um dia ou durar até 15 sessões. “Existem metas e lições de casa
na programação de evolução sexual. Eu passo exercícios de autoestima, autotoque
e sugiro acessórios para aumentar o prazer”, diz Tarciana. “O meu papel é
convidar a cliente a brincar dentro dos próprios limites, a sair da zona de
conforto”, diz Julia.
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