FONTE: Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
Recordar experiências agradáveis,
trazendo à tona sensações positivas vivenciadas no passado, pode ser uma boa
estratégia para se lidar com o estresse. É o que sugere artigo publicado na
terça-feira (25) pela Nature Human
Behavior, que usou dois estudos realizados por pesquisadores da
Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, para chegar a tal conclusão.
Os estudos conduzidos pelos
pesquisadores do Departamento de Psicologia da universidade norte-americana
analisaram o comportamento e as alterações neurais, medidas por exames de
ressonância magnética, de pessoas que foram submetidas a uma alta carga de
estresse, sendo posteriormente "medicadas" com memórias
autobiográficas boas ou com o "placebo" de recordações neutras.
Os cientistas observaram que tais lembranças
positivas atenuam a produção de cortisol, o hormônio do estresse, reduzindo a
sensação negativa que sentimos quando estamos estressados.
Ao início do experimento, os
participantes do estudo foram divididos em dois grupos. Um deles foi exposto a uma
carga de estresse intensa, que envolveu a imersão da mão em água gelada (com
temperatura entre 1°C e 3°C) por dois minutos, enquanto o outro grupo fez o
mesmo, porém em água morna. Depois, cada um desses grupos foi submetido a
lembranças positivas (como viagens de férias) ou neutras (como o ato de arrumar
uma mala, por exemplo) vivenciadas por eles.
Entre as pessoas que passaram pela
carga de estresse, foi registrado um aumento de "arrepio" na pele --o
que não ocorreu entre aqueles que não estavam estressados--, juntamente com a
maior produção de cortisol. Posteriormente foi observado, então, o impacto das
recordações positivas no comportamento destas pessoas.
Mesmo os pouco
estressados ficaram melhor com lembranças.
Funcionado como um
"antídoto", as lembranças positivas autobiográficas impactaram tanto
o grupo submetido ao estresse quanto ao grupo submetido ao
"controle", como os pesquisadores chamaram o grupo que foi exposto à
água morna --e não à estressante água gelada. Todos eles registraram um
"sentimento positivo", bem como uma atividade emocional maior.
O estudo mostrou, ainda, que
indivíduos que se disseram resilientes, ou seja, possuíam uma capacidade maior
de superar adversidades, apresentaram uma melhora de humor mais efetiva, apesar
da exposição ao estresse.
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