FONTE: Thais Carvalho Diniz, Do UOL (http://estilo.uol.com.br).
A falta
de informação e as famosas dietas “zero carbo” deram ao carboidrato o título de
vilão da alimentação saudável e do emagrecimento. Entretanto, assim como
proteínas e gorduras, essenciais para uma dieta equilibrada, o macronutriente
também precisa estar presente.
De
maneira geral, os especialistas entrevistados pelo UOL batem na tecla
das boas escolhas e na quantidade de alimentos que ingerimos ao longo do dia. O
médico endocrinologista Renato Zalli, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo,
atenta para o fato de que a vida corrida e estressante nos leva, naturalmente,
a opções menos saudáveis, e é aí que está o perigo.
“Além
disso, sabemos que, na capital paulista, por exemplo, 30% das pessoas sofrem
com distúrbios de sono. E dormir mal também afeta a qualidade da escolha do que
comemos”.
A seguir,
desmitificamos alguns sensos comuns em torno dos carboidratos, que não são tão
maus assim: basta incluir no dia a dia aqueles que trarão benefícios à saúde.
Parcialmente verdade. De acordo
com os especialistas, qualquer refeição feita na parte da noite, quando o
indivíduo entrará em repouso, pode engordar mais do que durante o dia. Isso
ocorre porque o carboidrato ingerido se transformará em energia acumulada, ou
seja, gordura, e não haverá tempo para gastá-lo. "É mais indicado consumir
carboidratos pela manhã ou durante o dia, quando você ainda está em
movimento", afirma a nutricionista Carina Muller.
Mito. Muitos alimentos não são
considerados carboidratos, mas têm o macronutriente em sua composição. É o caso
da frutose nas frutas. E o próprio paladar ajuda a guiar sobre as que têm mais
ou menos quantidade: quanto mais doce, mais carboidrato. Portanto, se você deseja
menos carboidrato na dieta, prefira aquelas que são mais azedas, como maracujá,
limão e acerola. Os especialistas indicam que as frutas sejam consumidas
preferencialmente in natura, já que na forma de suco, por exemplo, existe maior
concentração de frutose. Quanto a outros grupos de alimentos, inhame, cará,
mandioca, milhos e cereais, entre outros, têm carboidrato.
Parcialmente verdade. A farinha
branca também está na briga, mas o grande vilão é o açúcar refinado. Ambos
passam por processamento químico e não fazem parte da alimentação saudável. O
médico endocrinologista Renato Zalli ressalta, ainda, o efeito viciante do
açúcar, que não traz nenhum nutriente. "Quando mais você come, mais vai
querer. Em forma de líquido, como os açúcares dos refrigerantes, entra mais
rápido na corrente sanguínea, elevando o índice glicêmico e causando diabetes,
por exemplo, além de outras doenças, como obesidade".
Mito. Em termos de calorias,
Carina Muller fala que as gorduras são mais perigosas. "Enquanto um grama
de carboidrato tem quatro calorias, um de gordura tem nove, mais do que o
dobro".
Mito. Dietas restitivas podem ser
efetivas para redução de peso a curto prazo. Entretanto, consumir carboidrato,
assim como proteínas e gorduras, faz parte da alimentação equilibrada e
saudável. Sem carboidrato, que fornece energia para o organismo, o corpo
precisa explorar os músculos, a massa magra, para a formação de glicose.
"A restrição a esse macronutriente durante um longo período pode levar a
sintomas indesejáveis, como dor de cabeça, mau hálito e alterações de humor. O
consumo é importante também para a produção de serotonina, hormônio responsável
pelo bem-estar", explica Clarissa Fujiwara, do departamento de nutrição da
Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica).
Mito. O cuidado com a quantidade
do consumo de alimentos integrais deve ser o mesmo. A diferença está apenas no
processo de refinamento, pelo qual não passam, e, por isso, preservam as
fibras, essenciais para o trânsito intestinal. Portanto, o valor calórico não é
alterado e comer desenfreadamente pode levar ao aumento de peso. "Para
conseguir uma alimentação saudável não é necessário deixar de lado pães e
massas. Você pode, por exemplo, fazer um bolo com farinha integral, adoçar com
açúcar mascavo ou mel e acrescentar frutas, castanhas... Tudo depende da porção
consumida e como é a composição desse alimento", diz Carina Muller.
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