FONTE: Heloísa Noronha, Colaboração para o UOL (http://estilo.uol.com.br).
Praticamente todos os casais atravessam uma fase de
sexo morno em algum momento da relação. Ainda mais quando se é mais velho ou se
está junto há bastante tempo. Fique tranquilo: nem sempre isso significa que o
relacionamento corre o risco de naufragar. Em boa parte das vezes, trata-se de
um problema circunstancial -- mas que não deve ser subestimado. Confira as
dicas para evitar que a "seca" prejudique sua vida a dois:
Aceite que fatores externos
influenciam.
De acordo com a psicóloga Gisela Castanho, autora
de “Psicodrama com Casais” (Ed. Ágora), vários fatores podem contribuir para a
fase de "seca". "Há desde questões como monotonia na relação,
disfunções hormonais e doenças até fatores externos como estresse, sobrecarga
no trabalho, dificuldades financeiras e problemas familiares, que drenam a
energia do casal, sobrando pouco ânimo para os bons momentos que a sexualidade
pode proporcionar”, afirma.
Converse sobre o assunto.
Seja qual for o motivo da fase sexual morna, é
importante que não fazer de conta de que ela não existe. “Uma atenção maior
deve ser dada quando alguém está sofrendo com isso. Um dos dois pode ficar
ansioso, ciumento, irritado ou desconfiado”, diz Gisela. Quando os dois encaram
a questão, podem dar suporte afetivo ao outro, respeitar o momento e não exigir
demais.
Para o representante comercial Álvaro Marcos de
Souza, de 41 anos, de Santo André (SP), ter uma conversa franca com a parceira
foi fundamental. “Há cerca de dois anos, vivi uma fase muito complicada no
trabalho. A chefia mudou e a pessoa que entrou infernizava a equipe com metas
inatingíveis, reuniões intermináveis e prazos absurdos. Fiquei irritado,
estressado, doente, e isso se refletiu no meu casamento”, admite. O apoio da
mulher deu a força de que ele precisava. “Ela entendia que, na maior parte das
vezes, eu precisava de uma boa noite de sono, pois não tinha clima ou forças
para nada”, conta. Ele acabou demitido, mas conseguiu uma recolocação melhor
pouco tempo depois e a paz e o tesão no casamento voltaram.
É preciso se dedicar.
Para a psicóloga Verônica Veras, do Rio de Janeiro
(RJ), quando a relação está no início tudo é novo e instigante. “O tesão é
automático e necessário para que a intimidade se estabeleça, mas nos casais de
longa data as coisas não são tão fáceis assim. É preciso dedicação extra a esse
assunto para que ele se mantenha como parte importante da relação”, observa.
Admita sua responsabilidade.
Em certos casos, os envolvidos não conseguem
admitir a própria responsabilidade no problema e se defendem jogando a culpa no
outro. “O que era algo possível de resolver acaba se tornando um monstro
destruidor de relacionamentos, ficando cada vez mais difícil a solução”,
pondera Verônica. Muitas pessoas não se sentem confortáveis em abrir o jogo --
mas é preciso se esforçar. “O silêncio faz com que o outro acabe se sentindo
culpado, menos amado e desejado. E, assim, o afastamento passa a ser
inevitável”, afirma a psicóloga.
Pergunte-se se não há um problema
maior.
A "seca" merece atenção quando é um
sintoma de uma relação que não dá conta de si mesma e em que as partes não
estão se entendendo. Muitas vezes não transar serve como termômetro para
problemas maiores que possam estar “escondidos” -- talvez o relacionamento já
esteja detonado e o casal apenas ainda não admita o fim. “Uma crise com baixa
da atividade sexual é natural e ocasionalmente pode acontecer. Entretanto, um
período prolongado de desinteresse é uma luz vermelha que se acende. Há algo na
relação que precisa ser visto ou revisto”, analisa Márcia Modesto, terapeuta de
casal e de família do Rio de Janeiro (RJ).
Para a professora Maria Ângela Z. Vieira, 34 anos,
de São Paulo (SP), a falta de sexo sinalizou que ela não tinha perdoado uma
traição do marido. “Achava que tinha superado e, para mim, não havia o menor
problema em transar só de vez em quando. Foi só quando ele me confrontou que me
dei conta de que eu não queria tanta intimidade assim porque não conseguia mais
confiar 100% nele”, relata ela, que ainda tentou resgatar a relação, mas acabou
optando por se separar.
Se estiver longe, abuse da
criatividade.
Caso precise lidar com o afastamento por conta de
uma viagem de estudo ou trabalho, aposte em recursos como Skype e WhatsApp. “A
comunicação, quando acontece, é o maior afrodisíaco”, diz Gisela. Essas artimanhas
ajudam a exercitar a criatividade e a explorar o aspecto lúdico do amor e do
sexo e a “seca” acaba servindo para fortalecer o romance. Que o diga a advogada
carioca Pâmela Meneses, 32 anos. Para driblar a saudade do noivo, que passou
seis meses na Índia devido a um projeto profissional, ela abusou da imaginação.
“Além de sexo via webcam, eu também inventava uns números de striptease
baseados em filmes e pedia para ele gravar com a própria voz uns contos
eróticos cheios de sacanagem. A gente se divertiu muito e isso não deixou a
relação ficar estagnada. Quando ele retornou ao Brasil, o sexo ficou ainda
melhor porque parecia que tínhamos atingido um outro nível de intimidade”,
revela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário