Volta e meia são
descobertos novos
locais de prazer na anatomia feminina. Ainda pouco
divulgada, a existência do ponto Y é bastante controversa e, até o momento, não
foi comprovada cientificamente. Conforme explica o psicólogo e terapeuta sexual
Oswaldo Martins Rodrigues Jr., diretor do InPaSex (Instituto Paulista de
Sexualidade Humana), o
ponto no interior da vagina mais conhecido e falado é o ponto G,
que nem sempre é reconhecido facilmente. O ginecologista alemão Ernst
Gräffenberg (1881-1957), autor do estudo original que resultou no nome ponto G,
na metade do século 20, descreveu outros 50 pontos no interior da vagina
favoráveis ao prazer
sexual e facilitadores do orgasmo. "Nos últimos 70
anos, não houve estudos conclusivos sobre outras áreas semelhantes",
afirma Oswaldo.
No entanto, a região
correspondente ao polêmico ponto Y é, na opinião de especialistas, digna de ser
explorada --com os devidos cuidados, vale ressaltar. "Em teoria, trata-se
de uma zona no fundo da vagina, entre o colo do útero e a bexiga. Não se trata
de uma estrutura palpável ou de um órgão específico, tampouco apresenta
alteração da textura. Ao ser estimulada, essa região pode
ter sua lubrificação aumentada e levar a
orgasmos", fala a ginecologista Nelly Kim Kobayashi, sexóloga e parceira
da butique erótica Innuendo, em São Paulo (SP).
De acordo com Johnata
Dacal de Paula, ginecologista da clínica Mais Excelência Médica, em São Paulo
(SP), é uma área com abundante vascularização e inervação, o que explica sua
alta sensibilidade. "A
melhor posição para a ativação dessa zona é quando a mulher está em cima do parceiro,
preferencialmente fazendo movimentos circulares. Na masturbação
é uma região de difícil acesso com as mãos, por ser muito profunda, mas com a
ajuda de vibradores e estimuladores pode-se descobrir o
potencial da área", informa.
É necessário, como já
adiantamos, certos cuidados nessa exploração, pois algumas posições ou técnicas
podem incomodar a mulher ao "cutucarem" o colo do útero, uma parte
bem vulnerável. "Ao tentar posições específicas que atinjam o fundo da vagina,
há o risco de dor. Isso porque o pênis pode mobilizar o útero e algumas
mulheres sentirão desconforto quando isso acontecer. Além disso, ao ficar
procurando a região insistentemente, a mulher pode deixar de se concentrar em
ter prazer e com isso, sua lubrificação diminuir, o que causará incômodo ou
lesões", pontua Nelly. O mesmo vale para vibradores ou brinquedos muito
robustos e/ou longos.
Entretanto, é
importante considerar que existem muitas variações anatômicas entre as pessoas.
O que é prazeroso para uma, não necessariamente é para outra. "É muito
mais fácil se satisfazer sexualmente se tocando em todas as regiões e
descobrindo quais são as que mais agradam, focando apenas no prazer, do que
desenvolver uma obsessão com pontos e letras que podem apenas causar ansiedade
e frustração", diz Nelly.
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