O sintoma é clássico:
uma vontade louca de fazer xixi, mas aí você chega ao banheiro e apenas algumas
gotinhas saem com ardor. Sim, você pode estar com infecção urinária,
uma doença que atinge um número enorme de mulheres – estima-se
que pelo menos 30% das mulheres tenham em algum momento da
vida!
Para acabar com todas
as suas dúvidas, conversamos com especialistas que esclarecem as principais
questões ligadas às infecções do trato urinário.
1. Por que infecções
urinárias são mais recorrentes em mulheres?
A resposta é puramente
anatômica: “A uretra feminina – órgão por onde escoa a urina que parte
da bexiga – é mais curta e mais próxima do ânus se comparada à
masculina. Isso faz com que as bactérias do trato intestinal ascendam mais
facilmente para a bexiga”, explica a dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra.
Outro fator relacionado
à predisposição feminina é a alteração da flora vaginal.
2. Infecção urinária é
o mesmo que cistite?
A cistite é
apenas um dos tipos de infecçãourinária. A infecção do trato urinário (ITU)
pode acontecer em qualquer órgão do sistema urinário, sendo mais frequente na
bexiga, nesse caso, denominada cistite. Mas ela pode também acometer uretra,
ureter e rins (a forma mais grave, denominada pielonefrite).
3. A infecção é
proveniente das bactérias do nosso próprio corpo ou podemos pegar essas
bactérias de alguém?
A maioria das infecções
se dá com bactérias que colonizam o nosso corpo. “A Escherichia
coli é a bactéria responsável por cerca de 80% das infecções do trato
urinário e elas são micro-organismos da nossa flora intestinal”, explica a dra.
Karina.
4. Qual é a relação da
infecção urinária com o ato sexual?
Atenção: infecção
urinária não é uma infecção sexualmente transmissível (IST)! O
urologista Gabriel Barbosa Franco explica que durante o ato sexual, há uma
facilitação à entrada das bactérias da região genital pela uretra.
E ele dá uma dica para
prevenir: “urinar após o ato ajuda a limpar o canal”.
5. Quais são os
sintomas mais comuns?
Aumento da vontade de
urinar, mas com volume reduzido em cada micção, dor ao urinar, dor pélvica e
alteração de cor do xixi (e eventual presença de sangue).
Mas um exame de urina é
fundamental para fechar o diagnóstico.
6. Dá para prevenir
infecções urinárias?
Algumas medidas ajudam,
sim, na prevenção: “Beber mais líquido, urinar com bastante frequência, não
segurar a urina por longos períodos e manter a higiene adequada”, orienta o
urologista.
E lembre-se de que a
limpeza diária sempre deve ser feita no sentido da vagina para o ânus – jamais
limpe no sentido contrário.
7. Como tratar?
“O tratamento é feito
com antibióticos, que são os únicos medicamentos que matam as
bactérias causadoras da doença. Há outros que podem ser usados para dor ou
prevenção, mas não para o tratamento”, diz a ginecologista.
E atenção: se não
tratada, a cistite pode evoluir para uma infecção renal grave!
8. O que é infecção por
repetição?
Ela se dá quando
há muitos ciclos de infecção urinária em um mesmo ano. “Três
episódios no ano ou dois em seis meses já caracterizam a ITU de repetição”, diz
a dra. Karina.
“Um urologista poderá
indicar algumas mudanças de hábito que ajudem, mas também fará uma investigação
para descartar outras doenças. Se tudo estiver bem, é possível seguir com um
acompanhamento que inclui algumas medicações especiais”, revela o dr. Gabriel.
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