Desde
o início do confinamento dele, no dia 17 de março, ele fez 42 desenhos em áreas
diversas do corpo.
Enquanto a pandemia do
novo coronavírus deixa marcas - visíveis ou não - nas vidas de milhões de
pessoas ao redor do mundo, o britânico Chris Woodhead, amante de tatuagens,
decidiu marcar literalmente a própria pele para cada dia de quarentena. O
desafio para ele, contudo, é encontrar espaços livres. Quando começou com esse
esquema no isolamento social, ele já tinha feito mil ao longo dos últimos 15
anos. Desde o início do confinamento dele, em Londres, no dia 17 de março, ele
fez 42 desenhos em áreas diversas do corpo, incluindo a tatuagem da
segunda-feira.
"Eu me vi andando
sem saber o que fazer e comendo toda a comida nos armários", afirmou Chris
à "BBC". "Então, a ideia de me tatuar todos os dias era me dar
um pouco de direção. Sem estrutura, as pessoas estão completamente
perdidas".
A ideia surgiu quando o
estúdio de tatuagem onde ele trabalha fechou o bloqueio e ele passou a ficar em
casa direto com sua mulher, que está grávida. Chris garantiu que pretende ainda
manter um espaço para tatuar o nome do filho após o nascimento, previsto para
julho. Ele já até mesmo tatuou, no 23º da quarentena, um espermatozóide no
braço, como referência ao bebê que está vindo.
Diariamente, entre 14h
e 16h (no horário de Londres), Chris escolhe um desenho inspirado em seu ânimo
do dia, para então fazer uma nova marca, seja nas pontas dos dedos da mão, nas
solas dos pés, no peito, ou outra parte do corpo que ainda tenha um espacinho.
O tatuador explicou que utiliza uma técnica de baixa tecnologia, na qual uma
agulha é usada para empurrar a tinta profundamente na pele, sem o uso de
eletricidade. Ele defendeu esse método, justificando que é "muito menos
invasivo e doloroso".
"Estou me tatuando
todos os dias em confinamento, mas estou ficando sem espaço", disse.
"Acho a tatuagem terapêutica de qualquer maneira. No momento, estou
desenhando o que estou pensando. E não há muito mais na minha cabeça no momento
além dessa crise monumental".
Entre as tatuagens
que se destacaram ao longo desses 42 dias, estão a pergunta "Quando isso
vai terminar", marcada na planta do pé esquerdo, uma imagem simbolizando o
coronavírus na parte inferior da perna direita, e, no tórax (em cima do
esterno), a sigla do Serviço Nacional de Saúde britânico, como uma forma de
homenagem.
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