Dados são comparativos
com o mesmo período de 2019, mas polícia diz que "é preciso cautela"
pela possível subnotificação causada pela quarentena.
A Polícia Civil de Minas
Gerais divulgou na terça-feira (28) que os registros
de ocorrências em relação aos crimes contra crianças e
adolescentes no estado caíram 56% nos primeiros vinte
dias do mês de abril, em relação ao mesmo período de 2019,
e, em Belo Horizonte, a redução ultrapassou os 80%.
Apesar dos números, a polícia diz que "é preciso cautela ao analisar os
dados" pela possível subnotificação causada pela quarentena.
Segundo a Polícia
Civil, em janeiro de 2019, foram 1044 casos em todo o estado, enquanto em
janeiro de 2020, foram 835. Uma redução de 20,02%. Em fevereiro, a queda foi de
13,63% e, em março, de 35,85%, em relação aos dados de 2020.
De todos os crimes
registrados, lesão corporal é o mais recorrente: 426 casos nos primeiros vinte
dias de abril de 2019, e 213 em 2020. O crime de lesão corporal praticado
contra crianças tem pena de detenção de três meses a um ano e pode ter
agravantes.
Desde março, quando
começaram as medidas de isolamento social em Minas Gerais, os dados da polícia
mostram queda significativa em de ocorrências de violência contra crianças e
adolescentes, por isso a preocupação com uma possível subnotificação. A
delegada Elenice Cristine Ferreira Batista, chefe da Divisão Especializada em
Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente, afirmou que "não devemos
comemorar a diminuição dos registros, pois, podemos estar vivendo uma fase de
subnotificação dos casos. Nessa fase de pandemia, muitas vezes as crianças e
adolescentes, o dia todo em casa, acabam ficando mais vulneráveis por estarem
em contato com os próprios abusadores, sem acesso a órgãos de vigilância".
A titular da Delegacia
Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente, delegada Renata Fagundes
Ribeiro alerta que "quando as pessoas estão casa, em meio a uma pandemia e
muitas vezes também com problemas financeiros, é difícil ter autocontrole e
saber lidar com o estresse". A delegada ainda afirma que "se a
situação é difícil e tensa para os adultos, imagine para crianças" e que
os adultos precisam ter "uma dose extra de paciência e empatia para
lidar" com a situação.
Os dados são referentes
aos crimes de lesão corporal, maus-tratos, estupro, estupro de vulnerável e os
crimes relacionados com produção, divulgação, venda ou transmissão de cena de
sexo explícito ou pornográfica, envolvendo crianças e adolescentes, entre 0 e
17 anos de idade.
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