terça-feira, 28 de abril de 2020

CONVERSA SOBRE TOQUES INAPROPRIADOS DEVE COMEÇAR CEDO...


FONTE: *** Jairo Bouer, https://doutorjairo.uol.com.br/

Falar de abuso infantil é algo difícil. Mas é importante que a prevenção comece cedo, com orientações às crianças. Um estudo norte-americano indica que metade dos pais ou mães de alunos na pré-escola ainda não iniciaram esse tipo de conversa. Entre alunos do ensino fundamental, um em cada quatro pais ou mães ainda falou com os filhos sobre toques inapropriados.

As proporções foram obtidas a partir de entrevistas com 1.106 pais ou mães de crianças de 2 a 9 anos. Os resultados foram analisados por pesquisadores da Universidade de Michigan.

A pesquisa constatou que muitos pais e mães gostariam de obter ajuda para iniciar essa conversa com as crianças de forma adequada. Mas duas em cinco dizem que nunca receberam qualquer informações sobre o tema. Apenas um quarto dos pais diz ter sido orientado por um profissional de saúde. Entre os que nunca falaram com os filhos sobre o tema, 71% acreditam que as crianças são muito novas para isso. Outros relatam ter receio de assustar os pequenos ou não sabem o que falar. Cerca de 18% acreditam que o abuso infantil é algo incomum.

As estatísticas são impactantes: um em cada quatro garotas e um em cada seis garotos serão abusados sexualmente antes de completar 18 anos. Na maioria das vezes, quem comete o crime é alguém próximo da criança ou do adolescente. Por isso é fundamental que as crianças saibam identificar um pedido ou um toque inapropriado.

É importante que as crianças sejam orientadas em múltiplas ocasiões. A primeira conversa pode ser iniciada logo quando elas aprendem a nomear as partes íntimas. É hora de explicar que ninguém deve tocá-las ou pedir pra ver aquelas regiões, a não ser os pais e cuidadores, na hora do banho, ao trocar de roupa ou ao acompanhá-las no banheiro. Com o passar da idade, o papo pode ser mais direto.

Também é preciso que os pequenos tenham um canal aberto com os pais para contar algo que aconteça. A única forma de garantir essa comunicação é manter sempre um bom diálogo, e não ter receio de abordar assuntos íntimos.
  

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