A prevalência do
consumo abusivo de álcool, ou seja, cinco doses para homens e quatro doses para
mulheres em uma única ocasião nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa, em
2006 era de 15,7%, passando para 18,8% em 2019, um aumento de 20,5%.
Os dados fazem parte da
Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico) Brasil 2019, levantamento divulgado na última semana pelo
Ministério da Saúde.
No ano de 2019, o
consumo foi maior entre as mulheres mais jovens (23% na faixa de 18 a 24 anos)
e menor entre as mais velhas (2,1% em adultos com 65 anos ou mais); mulheres
mais escolarizadas apresentam a maior prevalência: 18% para aquelas que possuem
12 anos ou mais de escolaridade e 5,6% para aquelas com até 8 anos de estudo.
No entanto, os dados
mostram que entre os homens o consumo de álcool é maior: 25,3% contra 13,3%
entre as mulheres.
A proporção de adultos
fumantes reduziu de 15,7% em 2006 para 9,8% em 2019, uma diminuição de 37,6%.
No ano de 2019, a prevalência de fumantes tendeu a ser menor nas faixas
extremas de idade: entre adultos com 18 a 24 anos (7,9%) e adultos com 65 anos
e mais (7,8%).
A prevalência do hábito
de fumar diminuiu com o aumento da escolaridade, sendo naqueles com 12 anos e
mais de escolaridade de 6,7%.
Doenças crônicas.
A prevalência de diabetes
passou de 5,5% em 2006 para 7,4% em 2019, um aumento de 34,5% no período. Em
2019, as mulheres apresentaram prevalências mais elevadas em relação aos
homens, 7,8% e 7,1% respectivamente. Ainda, a prevalência de diabetes aumenta
com a idade: em adultos com 65 anos ou mais de idade foi de 23% em 2019.
Com relação à hipertensão
arterial, em 2006 a prevalência era de 22,6%, passando para 24,5% em 2019. As
mulheres apresentaram maior prevalência (27,3%) da doença quando comparada aos homens
(21,2%).
Os dados de 2019
mostram que a prevalência de hipertensão, assim como a de diabetes, também
aumentou com a idade, chegando a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou
mais: 55,5% dos homens e 61,6% das mulheres.
É importante ressaltar
que doenças como hipertensão e diabetes são bastante expressivas em termos de
prevalência na população de maneira geral. A hipertensão, por exemplo, já
acomete mais de 20% da população adulta (18 anos e mais) e esses valores são
ainda maiores com o aumento da idade, presente em mais de 60% dos idosos com
mais de 65 anos.
Balança x saúde.
A prevalência de
excesso de peso aumentou, considerando o período 2006-2019: passou de 42,6% em
2006 para 55,4% em 2019 —um aumento de 30%. Em 2019, o percentual de excesso de
peso entre homens foi de 57,1% e entre mulheres, 53,9%.
O excesso de peso tende
a aumentar com a idade: para os jovens de 18 a 24 anos, a prevalência foi de
30,1% e entre os adultos com 65 anos e mais, 59,8%; e a diminuir com a
escolaridade: para as pessoas com até oito anos de escolaridade, a prevalência
foi de 61% e entre aqueles com 12 anos ou mais, 52,2%).
Já a obesidade aumentou
72% desde o início do monitoramento, passando de 11,8% em 2006 para 20,3% em
2019.
Em 2019, a prevalência
de obesidade entre mulheres foi de 21% e entre homens 19,5%. A obesidade também
tende a aumentar com a idade: para os jovens de 18 a 24 anos, foi de 8,7% e
entre os adultos com 65 anos e mais, 20,9%; e a diminuir com a escolaridade:
para as pessoas com até oito anos de escolaridade, a prevalência foi de 24,2% e
entre aqueles com 12 anos ou mais, 17,2%.
O excesso de peso já é
uma realidade para mais de 50% da população adulta residente nas capitais
brasileiras, sendo que, entre esses, mais de 20% são obesos, segundo o Ministério
da Saúde.
Tanto o excesso de peso
quanto a obesidade vêm aumentando em diversos países, o que pode ser explicado
por mudanças comportamentais ocorridas em nossa sociedade nas últimas décadas,
principalmente aquelas relacionadas à alimentação inadequada e ao sedentarismo.
De acordo com a OMS
(Organização Mundial da Saúde), entre 1975 e 2016, a prevalência de obesidade
quase triplicou no mundo todo.
Metodologia.
O Vigitel é uma
pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no
Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. O objetivo é
conhecer a situação de saúde da população para orientar ações e programas que
reduzam a ocorrência e a gravidade de doenças, melhorando a saúde da população.
Em 2019, foram realizadas
52.443 entrevistas entre os meses de janeiro e dezembro com duração média de 12
minutos, variando entre 4 e 58 minutos. Foram avaliados os indicadores de
hipertensão arterial e diabetes, excesso de peso e obesidade, consumo abusivo
de álcool, fumantes, consumo alimentar e atividade física.
Foram entrevistadas
pessoas residentes em domicílios com, pelo menos, uma linha de telefone fixo.
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