FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Especialista explica a importância do diagnóstico
correto desde cedo e como lidar com o distúrbio que afeta 8% da população
mundial.
Imagine
um mundo sem cor: um céu ensolarado e cinza ao mesmo tempo, um jardim florido,
mas monocromático, ou, no máximo, bicolor; um pôr do sol que não mescla, de
forma extraordinária, o amarelo, o azul e o vermelho.
Pode
parecer um detalhe, mas você só achará isso se não fizer parte de parcela da
população que vê tudo da forma como descrita acima: cores trocadas ou tudo
cinza, branco e preto.
O
problema que afeta cerca de 8% da população mundial tem nome conhecido:
daltonismo. No entanto, poucas pessoas param para pensar sobre a importância
das cores na qualidade de vida.
O
oftalmologista do Hospital CEMA, Omar Assae, chama a atenção, por exemplo, para
a importância de identificar o distúrbio cedo, ainda na primeira infância.
"Como
na idade escolar surgem as primeiras dificuldades com cores, sobretudo em
desenhos e mapas, os pais e professores devem estar atentos ao problema,
evitando constranger e traumatizar a criança", avalia.
O
médico explica ainda que o problema pode passar despercebido pelos pais.
Segundo ele, o daltonismo não deve servir como fator limitante e o portador do
distúrbio pode e deve levar uma vida normal, mas é importante que tenha
conhecimento das suas restrições.
"Existem
algumas limitações quanto à profissões específicas, mas não há limitação para o
que o daltônico possa ou não fazer", detalha.
O
daltonismo ocorre por causa de uma mutação genética, ligada ao cromossomo X.
Nela, o portador não consegue reconhecer e diferenciar algumas cores
específicas.
Por
tratar-se de uma doença recessiva, é necessário "herdar" o cromossomo
defeituoso de ambos os pais. Os homens são mais atingidos: dos 8% afetados,
apenas 1% inclui as mulheres.
"Nesse
distúrbio, ocorre um problema com os pigmentos de determinadas cores em células
nervosas dos olhos, mais precisamente na região da retina, chamadas de
cones", esclarece o especialista.
Os
cones são células fotossensoras responsáveis pela visão diurna e percepção de
cores. Por isso que uma falha neles gera essa distorção.
Há três
tipos de daltonismo: o mais comum de todos é a Protanopia, responsável pela
diminuição ou ausência total do pigmento vermelho. No lugar dele, o portador
pode enxergar tons de marrom, verde ou cinza.
O outro
tipo faz a pessoa incapaz de distinguir a cor verde (Deuteranopia). Nesse caso,
o indivíduo também vê tons de marrom. Já na Tritanopia - o mais raro de todos -
a pessoa não consegue distinguir bem cores na faixa azul/amarelo e não enxerga
o laranja.
Não há
tratamento para o daltonismo, mas novos pesquisadores têm desenvolvido produtos
visando a possibilitar para os daltônicos a percepção das cores, da forma como
a maioria das pessoas vê.
Uma
fabricante de tintas americana, em parceria com uma empresa que estuda a
percepção de cores, desenvolveu uns óculos que corrigem o daltonismo.
É
possível comprar o acessório via site, inclusive no Brasil. Há também um
aplicativo, disponível para IOS, chamado Collor BlindPal, que permite essa
correção de cores também.

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