FONTE: *** ARTIGO DE ESPECIALISTA, (www.minhavida.com.br).
Alimentação é uma importante causa da cárie e
demanda atenção, principalmente em crianças.
A cárie dentária
é uma doença multifatorial, infecciosa, transmissível e sacarose dependente, ou
seja, que depende da ingestão de algum tipo de açúcar para acontecer. Ela
está intimamente ligada à introdução dos carboidratos refinados na dieta,
principalmente a sacarose, que é considerada o dissacarídeo que mais causa cáries, sendo este o mais presente na dieta familiar em quase
todo o mundo.
Como acontece a cárie?
O que aumenta o risco da
cárie não é a quantidade total de açúcar nos alimentos consumidos, mas sim o
padrão de alimentação, ou seja, a frequência da ingestão desses produtos.
A cárie ocorre devido à colonização da superfície
dentária por micro-organismos - especialmente os Streptococcus mutans - que,
metabolizando carboidratos fermentáveis, como a própria sacarose, produzem
ácidos orgânicos, o que diminui o pH da boca. Se o pH da boca for inferior a
5,5 durante mais de 30 minutos, há o início da desmineralização dos tecidos
dentais com a dissolução do fosfato de cálcio das camadas superficiais da
estrutura de esmalte. Se este processo de perda mineral for frequente, pode
levar à formação de uma cavidade de carie cuja evolução, nos casos extremos,
pode levar à destruição de toda a coroa dentária.
Alimentos que podem ocasionar
a cárie.
O tanto que a sua dieta poderá causar cárie é determinado
pela presença de carboidratos, que servem de substrato para os microrganismos
da cavidade bucal. Toda vez que há açúcar presente para as bactérias, haverá
formação de ácido, dando início a todo o processo descrito acima. Portanto, o
que aumenta o risco da cárie não é a quantidade total de açúcar nos alimentos
consumidos, mas sim o padrão de alimentação, ou seja, a frequência da ingestão
desses produtos. Se o indivíduo passa tempos longos consumindo açúcar, terá
mais chance de ter cárie.
Os alimentos cariogênicos, ou seja, que estimulam o
desenvolvimento de cárie dentária, são os ricos em carboidratos fermentáveis,
também chamados de açúcares livres, como o pão branco, bolos, bolachas e doces,
por serem ricos em carboidratos fermentáveis. Além disso, esses alimentos não
são bons para a nutrição das crianças e competem com alimentos mais nutritivos.
Fatores como o tipo de glicídios presentes, a
consistência pegajosa ou aderente do alimento (como balas e doces
cristalizados) e o tempo que o alimento permanece na boca exercem grande
influência na sua capacidade de provocar cáries.
O uso prolongado da mamadeira durante a noite está
associado à redução do fluxo da saliva e da capacidade de neutralização da
saliva, o que vai causar estagnação do alimento na boca e exposição prolongada
aos carboidratos fermentáveis. Mesmo sem açúcar na mamadeira, se a criança já
possui dentinhos, mamar antes de dormir e pular a higienização noturna pode,
sim, causar cárie.
Alimentos que previnem a
cárie.
Por outro lado, existem alimentos não cariogênicos, que
quando ingeridos não são metabolizados pelos microrganismos da placa presente
nos dentes e não provocam uma diminuição significativa do pH. Estes
alimentos são pobres em carboidratos fermentáveis, como é o caso das carnes,
peixes, ovos, legumes e frutas frescas.
Alimentos naturais como frutas, grãos e vegetais possuem
ainda fatores protetores que atuam na prevenção da cárie e são conhecidos como
agentes anticariogênicos. Alimentos resistentes à mastigação, como os alimentos
naturais e fibrosos, têm uma ação mecânica durante a mastigação, realizando,
naturalmente, um controle de placa. Além disso, estimulam um maior fluxo
salivar, possuindo assim um papel protetor dos dentes na prevenção da cárie.
A importância da escovação e
da orientação.
A orientação de dieta desempenha um papel muito
importante no controle da cárie, principalmente quando se considera a tendência
atual da odontologia na promoção de saúde, direcionando sua atenção para os
primeiros anos de vida da criança, fase em que são estabelecidos os padrões
alimentares. Já foi comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor
doce, no entanto, a adição de açúcar é desnecessária e pode ser evitada nos
dois primeiros anos de vida.
Considerando que as crianças em idade pré-escolar estão
começando a aprender conceitos e princípios que farão parte de sua formação, a
educação alimentar e em saúde bucal, como
qualquer outra atividade educativa, devem ser introduzidas o mais precocemente
possível pelos pais e professores.
Erosão ácida.
O consumo frequente de alimentos sólidos e líquidos
altamente ácidos, principalmente refrigerantes e sucos de frutas
industrializados, tem sido o principal fator na dieta para o desenvolvimento de
outro problema bucal: a erosão ácida. A
erosão é comum em crianças e adolescentes e surge após a administração
frequente de refrigerantes e/ou sucos de frutas naturais ou industrializados,
através de mamadeira (que aumenta o tempo de contato da bebida com o dente)
e/ou copo.
Com a modernização no mundo, ocorre uma mudança também
nos padrões alimentares, aumentando o índice de lesões cariosas ao ser adotada
uma dieta com alto consumo de produtos vendidos em lanchonetes e com grande
conteúdo de açúcares. Sabendo-se que os hábitos da dieta infantil constituem um
fator importante no aparecimento das cáries e que a discriminação quanto à
preferência por sabores ocorre com o desenvolvimento da criança, é fundamental
a orientação não só quanto aos hábitos de higiene bucal, como também em relação
ao consumo racional de açúcar.
Os hábitos alimentares adquiridos na infância formam a
base para o futuro padrão alimentar, sendo o papel preventivo dos pais com
relação à saúde bucal nos seus filhos de grande importância.
ODONTOLOGIA - CRO 84547/SP
ESPECIALISTA MINHA VIDA.
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