FONTE: Elioenai Paes, TRIBUNA DA BAHIA.
Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações faz o alerta: doenças transmitidas pelo beijo podem ser graves e contrai-las não funciona como uma alternativa à imunização.
A
matéria publicada pelo iG "Beijo funciona como
vacina", com declaração do estomatologista Silvio Boraks, levantou
uma polêmica: segundo Boraks, o beijo está liberado, já que "o
contato bucal entre duas pessoas pode ser benéfico e ajudar a criar imunidade
para certas doenças, como mononucleose infecciosa, hepatite A, caxumba, sarampo
e até gripe". Mas, para alguns especialista, não é bem assim.
O presidente
da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), Renato Kfouri, alerta: a
principal via de transmissão de algumas doenças é a respiratória, então o risco
de contrair esses males, desenvolver a doença e sofrer as consequências é alto.
Para
Kfouri, portanto, não é prudente acreditar que o beijo pode funcionar com
uma espécie de "vacina" contra mononucleose, hepatite A, caxumba,
sarampo ou gripe.
Algumas
dessas doenças, depois de contraídas, fazem o corpo desenvolver uma imunidade e
atacar o vírus caso a pessoa entre em contato com ele de novo. Antes disso
acontecer, porém, a pessoa desenvolve a doença, sofre com todos os sintomas e
pode até mesmo ter complicações que levam à morte.
A
recomendação, então, é se vacinar apropriadamente em postos de saúde, e não
sair beijando pessoas doentes."Boa parte das doenças infecciosas são
transmitidas por vias respiratórias. Quando a gente está doente, podemos
transmitir a doença através da tosse, espirro ou beijo", diz o médico.
"Você pode adoecer".
Por
isso, beijar alguém com hepatite A, por exemplo, pode fazer você adoecer.
Depois de sofrer com a doença que causa fadiga, febre, vômitos, dor muscular e
olhos amarelados, além de outros sintomas claros de que o fígado está sendo
atacado, você não correrá risco de contrair novamente a doença. O meio mais
fácil, no entanto, é ir ao posto de saúde tomar a vacina contra hepatite A e
não correr risco de contrair o vírus.
"Doença do beijo".
A mononucleose,
conhecida por "doença do beijo" é outra patologia que, se
contraída, não se pega de novo outra vez. Antes disso, porém, o infectado
amarga com todos os sintomas desagradáveis da doença, que são parecidos com o
da gripe, mas podem durar semanas ou até meses, além de inchar o baço.
Herpes.
Já o
herpes simples pode, sim, ser transmitido por um beijo, já que o vírus está
presente na saliva. Cerca de 90% da população já teve contato com o vírus, mas
apenas cerca de 1% desenvolve as lesões bucais.
"Algumas
doenças te conferem imunidade permanente, como o sarampo, a catapora, a
hepatite A. Já a coqueluche, gripes e pneumonia [também transmitidas por via
respiratória, como o beijo] se pode ter mais de uma vez", explica o
presidente da SBIm.
No
entanto, não é preciso esperar contrair a doença para se tornar imune. As
vacinas estão para evitar que haja o primeiro contato. Kfouri explica que
atualmente atualmente há vacinas contra sarampo, caxumba, gripe e hepatite A.
"Ainda não temos para a mononucleose", diz.
Pode beijar, mas com ressalvas.
A
recomendação, então, é só beijar pessoas que aparentam não estar com os
sintomas dessas doenças e manter a carteirinha de vacinação em dia, para
evitar problemas mais sérios.
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