Os preços dos 20
remédios mais vendidos no mundo são, em média, três vezes mais caros nos
Estados Unidos do que na Grã-Bretanha, de acordo com uma análise feita a pedido
da Reuters.
A conclusão destaca
um abismo transatlântico entre os preços dos tratamentos médicos para uma série
de doenças num momento em que aumenta a demanda por um custo menor para
medicamentos nos EUA, feita por críticos da indústria farmacêutica como a
candidata presidencial democrata Hillary Clinton.
Os 20 medicamentos
pesquisados, que juntos correspondem a 15 por cento dos gastos globais com
produtos farmacêuticos em 2014, são uma grande fonte de lucros para companhias
como AbbVie, AstraZeneca, Merck, Pfizer e Roche.
Pesquisadores da
Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha, também descobriram que os preços
nos EUA demonstraram ser consistentemente mais altos do que em outros mercados
europeus.
Os preços
norte-americanos também mostraram ser seis vezes mais altos do que no Brasil e
16 vezes mais altos do que a média dos países nos quais são mais baratos, entre
os quais costuma estar a Índia.
Os Estados Unidos,
que permitem a livre competição de preços entre concorrentes, têm medicamentos
mais caros do que em outros países onde os governos controlam direta ou
indiretamente os custos dos medicamentos.
Isso faz com que o
mercado norte-americano seja de longe o mais rentável para as companhias
farmacêuticas, gerando críticas de que os cidadãos norte-americanos estão na
prática subsidiando os sistemas de saúde de outros países.
As empresas
produtoras alegam que os lucros altos são necessários para remunerar pesquisas
de alto risco e refletir o valor econômico proporcionado pelos remédios. Elas
também apontam para a alta taxa de sobrevivência nos EUA para doenças como o
câncer, além da existência de esquemas subsidiados pela indústria para atender
aos cidadãos mais pobres.
Nos últimos anos, a
desigualdade de preços aumentou devido a reajustes anuais acima da inflação nos
preços de drogas nos EUA, ao mesmo tempo em que os governos na Europa têm
cortado custos ou mesmo pressionado os preços para baixo.
De fato, os preços
das principais drogas com marcas saltaram 127 por cento entre 2008 e 2014 nos
EUA, em comparação com 11 por cento de aumento em uma cesta de itens comuns de
um lar, segundo a Express Scripts, maior operadora da planos de compra de remédios
dos EUA.
Na Europa, enquanto
isso, o impacto dos planos de austeridade sobre os orçamentos da saúde desde a
crise financeira levou os executivos da indústria a reclamarem sobre a queda
anual de preços na ordem de um digito.

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